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domingo, 24 de junho de 2012

Oposição aumenta o número de diretores e estabelece rodízio na Secretaria Geral


O Congresso da Fentect aumentou o número de diretores e elegeu uma nova direção para entidade, cabendo ao Bloco de Oposição vencedor do congresso, a indicação para Secretaria Geral, possibilitando aumentar a democratização da entidade, e para isso uma das medidas é que o cargo de Secretário Geral será exeercido através de rodízio entre os grupos que compõe a Oposição 

24 de junho de 2012
O XI Contect - Congresso Nacional dos Trabalhadores dos Correios, realizado nos dias 12 a 17 de junho em Fortaleza/CE, terminou com a eleição da nova diretoria da Fentect – Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios.
Depois de quase dez anos de controle sobre a entidade defendendo a política de arrocho salarial da ECT e do governo Lula e Dilma contra os trabalhadores, o Bloco da situação (PT – PCdoB) foi derrotado pela Oposição, que formou a chapa Fentect Unitária e pela base, formado por militantes da corrente Ecetistas em Luta (PCO), MRL (Movimento Resistência e Luta), Intersindical, MUTE (Movimento Unitário dos Trabalhadores Ecetistas), Alternativa Ecetista e independentes. Com 131 votos contra 129 do Bloco (PT-PCdoB), o bloco de oposição ganhou o direito de escolher o secretário geral da entidade, cargo máximo da Fentect.

38 diretores
A concepção da Oposição é a de que a direção da Fentect não deve ser um escritório burocrático em Brasília, mas um grupo de militantes atuantes na organização da categoria pela base. Nesse sentido, por proposta da Oposição, a diretoria da Fentect foi ampliada para 38 diretores, sendo 21 efetivos e 17 suplentes.
Esta medida e outras têm como objetivo retirar das mãos de algumas poucas pessoas o poder político na entidade que conduz sempre à dominação burocrática e ditatorial de uma pequena minoria. O propósito da Oposição é justamente o contrário, ou seja, permitir a mais ampla participação possível no processo de decisão.
Outras propostas da Oposição, como a ampliação dos Conreps – Conselhos de Representantes – e a sua realização com maior frequência não puderam ser votadas.
De qualquer modo, a Oposição vai continuar a sua luta para modificar a estrutura organizativa da entidade para coloca-la cada vez mais sob o controle das bases.

Rotatividade na Secretaria Geral para democratizar à Fentect 

Diante da ditadura que se transformou a Federação nestes últimos anos, em que a Articulação Sindical do PT esteve à frente da Secretaria Geral da entidade, assinando acordos a revelia do trabalhador, usando o cargo da Federação como moeda de troca com a direção da empresa para conseguir cargos na ECT, a exemplo do corrupto Manoel Cantoara, ex-secretário geral da Fentect que se transformou em assessor do Presidente da ECT, o Bloco de Oposição decidiu impedir que o poder deste cargo ficasse na mão de uma única pessoa, mas fosse controlado pelas forças políticas que compõe o bloco. Diante disso, foi acordado nos fóruns do Bloco de Oposição que a secretaria geral da Fentect funcionará em forma de rodízio entre as diversas forças políticas que compõe a Oposição.
A rotatividade se dará durante os três anos de mandato, entre as forças políticas que compõe o Bloco de Oposição alternarão na Secretaria Geral.
Outra questão fundamental de acordo no interior do bloco de Oposição é que as  ações da diretoria estarão subordinadas as discussões deliberadas nos fóruns do bloco de oposição. É importante lembrar que, além dos diretores eleitos serem ainda em pequeno número, muitos dos principais dirigentes sindicais e vários estados que ajudaram a eleger a nova direção não estarão aí diretamente presentes.
O bloco da Oposição considera os representes eleitos como delegados do bloco e da base da categoria e responsáveis diante deles e não como um entidade autônoma.
Qualquer tentativa de traição dentro da diretoria da Fentect será denunciada às bases. Está na hora de acabar completamente com o sistema imposto pela direção do PT e da empresa premiar os traidores. Os traidores não merecem mais que o ódio da categoria.

Colocar de fato a Fentect na mão dos trabalhadores a serviço da luta pelas suas reivindicações

A rotatividade na secretaria geral da Fentect é uma necessidade do movimento sindical dos correios onde a figura do secretário geral juntamente com o secretário de finanças susbstituiu todo o sistema democrático de decisão da entidade.
O Bloco de Oposição apresentou esta solução para diminuir este poder dentro da Fentect a uma única pessoa, que na era PT, a direção da ECT e o governo Federal, utilizava se do poder jurídico que o secretario geral tem na entidade para conseguir a sua assinatura em acordos e outras medidas que só beneficiavam a política de arrocho salarial e opressão da ECT sobre a categoria. Não foi por acaso que Cantoara foi agraciado com um importante cargo na direção da empresa.
O Bloco de Oposição defende a rotatividade na secretaria geral como forma de responder aos sentimentos de impotência da categoria, que por diversas vezes teve que assistir de forma passiva os secretários gerais da entidade, indicados pelo PT, assinando acordos com a ECT em nome de mais de 120 mil trabalhadores, sem consultar nem mesmo seus apoiadores, a exemplo do contrato do Vale-Drogaria assinado pelo ex- secretário geral da Fentect José Rivaldo, vulgo Talibã, com o presidente da ECT Wagner Pinheiro.
Com a rotatividade, não adianta a direção da ECT tentar assediar o secretário geral, pois o cargo será exercido coletivamente pelo Bloco de Oposição, que iniciou o processo de redemocratização das decisões da Fentect. A partir de agora, nada mais será negociado com uma única pessoa, e as negociações serão feitas de forma transparente, com ampla publicidade a categoria e de forma que no final só será selado acordos da Fentect com a empresa depois da decisão dos trabalhadores em assembleias convocadas para esta finalidade.
A Fentect tem que estar a serviço dos trabalhadores na organização de suas lutas em defesa de suas reivindicações e manutenção de seus direitos.

Um novo sindicalismo contra a burocracia instalada nas entidades sindicais brasileira

Apesar da burocratização da Fentect e da ditadura do secretario geral que se estabeleceu na entidade na era PT, a Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios é o hoje uma das entidades sindicais mais democráticas que existe no movimento sindical brasileiro, pois a Fentect ainda mantem alguns fóruns de decisão coletiva, como por exemplo os Conrep´s - Conselhos de Representantes da Fentect,  as Plenárias Nacionais, onde os delegados são eleitos na base da categoria e podem até participar das negociações nas campanhas salariais.
A maioria dos sindicatos no Brasil é dominado por uma única pessoa, o secretário geral ou presidente do sindicato é uma figura monárquica, ele pode decidir tudo em nome dos trabalhadores, formando assim um reinado burocrático contra seus representados, os trabalhadores.
A proposta de rodizio na secretaria geral da Fentect, apresentado pelo Bloco de Oposição que ganhou o Congresso da categoria é também a expressão de uma necessidade do movimento sindical dos trabalhadores brasileiros e até mundial, no sentido de reduzir ao máximo o poder burocrático dado ao individuo nas organizações operárias, poder individual que é estimulado pelo regime capitalista, usado pela burguesia e suas instituições para legitimar o ataque ao conjunto de uma categoria ou até mesmo ao conjunto de toda classe trabalhadora.
Os trabalhadores dos correios estão buscando democratizar a suas entidades na luta contra a burocracia sindical do PT e PCdoB, e abrindo o caminho para as demais categorias se levantar contra estas burocracias e juntos organizarem um novo movimento sindical brasileiro, onde o poder esteja na base e não na mão de indivíduos que representam os interesses dos patrões.

A única verdadeira garantia: a mobilização das bases

Apesar de estar fazendo todas as tentativas de modificar a organização interna da Fentect e, ainda estar discutindo muitas outras medidas, a Oposição tem perfeita clareza que o melhor dos estatutos não é garantia de nada e que a única verdadeira garantia é a consciência e a mobilização da base da categoria.
A tarefa central da nova gestão da federação é fazer todo o esforço possível para informar o trabalhador, ampliar a discussão na base e mobilizar os trabalhadores contra a política da direção da ECT e seus agentes dentro do movimento sindical. É preciso renovar também a organização dos sindicatos e abrir uma discussão séria e ampla sobre a construção do sindicato nacional da categoria.

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