ESSE BLOG MUDOU

PARA CONTINUAR ACOMPANHANDO AS NOTÍCIAS DOS CORREIOS ACESSO AO LINK olhovivoecetista.wordpress.com
Este blog será desativado em 30 dias

sábado, 9 de junho de 2012

Trabalhadores dos Correios: As tarefas centrais do XI Contect


Defender a unidade da categoria na sua luta contra os patrões e o governo, derrotar a burocracia traidora, reorganizar a Fentect e organizar a mobilização contra a privatização e os ataques do governo Dilma aos trabalhadores 

Entre os dias 12 e 17 de junho será realizado, em Fortaleza, Ceará, o XI Congresso da Federação Nacional dos trabalhadores da ECT.
O congresso vai se realizar no momento em que uma das maiores conquistas da luta da categoria está colocada sob uma grave ameaça: a unidade nacional dos trabalhadores dos correios.
Em cada luta parcial, em cada greve, em cada mobilização, um dos maiores avanços que os trabalhadores podem conquistar é o avanço na sua consciência e na sua organização na luta contra os patrões. Nos correios, a experiência histórica da categoria levou à sua organização nacional, em uma entidade única, que possibilitou à categoria por meio de sua luta nacional, até momento, obter importantes conquistas e barrar a privatização dos Correios, tal como se deu com centenas e milhares de outras empresas estatais em todo o País, desde os governos Collor até os governos do PT.
A unidade nacional é um dos pilares da combatividade demonstranda pela categoria dos correios que, indubitavelmente, esteve na dianteira do movimento grevista do país em todo o período de refluxo do governo FHC para cá, como pode ser facilmente constatado pelo número de greves que realizou.
Esta importante conquista dos ecetistas está ameaçada, em primeiro lugar, pela ação criminosa da burocracia patronal do PCdoB, ligada há anos aos setores do PMDB e do DEM (grupo de Sarney e outros) que sempre detiveram postos-chaves na administração da ECT para aí defender os interesses dos grandes capitalistas contra os trabalhadores. Depois de assumir as direções de importantes sindicatos da categoria como o de SP e do RJ, bem como no comando da própria federação e de trair todas as campanhas salariais e demais luta da categoria, bem como apoiar as propostas de privatização da empresa, esses sindicalistas traidores - em meio à profunda crise – passaram a defender abertamente a divisão da federação nacional e a construção de novas “federações”. Uma política que tem o claro objetivo de defender os interesses dos patrões e do governo em dividir os trabalhadores e enfraquecer sua luta.
Esta operação dos gangsteres sindicais do PCdoB/CTB de defender a divisão dos trabalhadores a serviço dos patrões, está sendo apoiada por outra ala minoritária da burocracia sindical, o PSTU/Conlutas, que - apesar de se declarar como “socialista” - adotou a política antimarxista e contrarrevolucionária de “aplaudir todas as rupturas” e passou a defender a construção de “sua” própria federação, conhecida na categoria por “federação anã”, por agrupar pouco mais de 5% dos trabalhadores da categoria, com o apoio de dirigentes sindicais de apenas cinco sindicatos, nos quais a categoria não foi consultada ou mesmo informada sobre esta importante decisão “revolucionária” e que, em alguns, casos (como o da Paraíba) conta com a rejeição explicita até mesmo da maioria da diretoria daqueles sindicatos.
Essa iniciativa tem de ser respondida pelo conjunto das entidades de luta da categoria em todo País e pelo Contect. A principal arma dos ecetistas em sua luta, a sua união e sua organização nacional devem ser defendidas ferrenhamente contra estas tendências criminosas que se esforçam para dividir a categoria e entrega-la de mãos e pés amarrados à direção da ECT e à burguesia em geral.
Para se opor à esta política divisionista os setores classistas e combativos da categoria e o conjunto dos trabalhadores precisam avançar na sua unificação, passando por cima da divisão que a burocracia procura impor, dando passos decisivos no sentido de eliminar toda a ambiguidade da organização nacional, principalmente por meio da criação do sindicato nacional dos trabalhadores dos Correios, proposta que precisa ser amplamente debatida nos locais de trabalho, em assembleias e congresso regionais da categoria em todo o País.
A criação de um sindicato nacional implica em uma reorganização completa da organização sindical dos trabalhadores dos Correios, possibilitando criar uma organização local, municipal e regional mais adequada para a luta e efetivamente colocar a luta nacional sob o controle das bases.

Organizar a categoria na luta contra a privatização, pela base em SP, RJ e todo o País

Toda esta operação criminosa de setores da burocracia de dividir a categoria e enfraquecer sua luta, se dá, não por acaso, no exato momento em que a crise capitalista faz crescer o “apetite” dos grandes monopólios que há muito desejam impor a privatização dos Correios e que buscam impor na empresa planos de aumento da exploração dos trabalhadores (SAP e outros) e de ataque às conquistas realizadas nas suas lutas (plano médico e outros).
Não pode haver a menor dúvida de que a política divisionista de setores da burocracia sindical serve aos planos dos tubarões que querem privatiza a ECT. Querem dividir e “desarmar” os trabalhadores, porque o único verdadeiro inimigo da privatização é a classe operária, em primeiro lugar, os trabalhadores dos correios.
O Contect não só deve repudiar a divisão como adotar medidas que aprofundem a unificação da luta da categoria. Contra a política divisionista das diretorias pelegas de SP e RJ (e outros), abrir sedes da organização nacional da categoria nestes estados e impulsionar pela base a organização da mobilização da categoria contra a privatização em defesa das reivindicações dos ecetistas.
Na base destes sindicatos é preciso também construir oposições classistas para expulsar os pelegos traidores dos sindicatos e retomar essas organizações locais para as mãos dos trabalhadores.

A causa da crise é a política patronal de todas as alas da burocracia, cujo centro é o PT/Articulacão

A causa da crise que atravessa a Fentect está na política levada adiante por todas as alas da burocracia, ou seja, pelo conhecido Bando dos Quatro (PT, PCdoB, PSTU e Psol, embora este último partido tenha pequena presença no movimento sindical dos correios). A crise é a culminação de anos de luta da categoria contra a política patronal que se inicia na década de 1990 e vem até os dias de hoje, com uma enorme perda de autoridade das correntes burocráticas.
O centro desta política durante o governo FHC, ou seja, no momento de maior intensidade do ataque da burguesia contra os trabalhadores dos correios, foi o PSTU que serve como eixo para a dominação da burocracia sindical sobre os sindicatos dos correios e a federação nacional impondo uma política sistemática de derrota das greves e a vitória do congelamento salarial e das demissões dos famigerados PDV’s (ver o folheto das edições Causa Operária contendo a história e o balanço das lutas da categoria dos correios).
A crise da política patronal na era PSTU/Conlutas levará à formação do bloco PT-PCdoB que não apenas se mostra incapaz de superar a crise como a leva a um aprofundamento que culmina na campanha salarial de 2009 com a assinatura do acordo bianual contra a vontade da esmagadora maioria dos trabalhadores. A resposta a esta traição será a greve de 28 dias em 2011, onde os trabalhadores encurralam a burocracia sindical a tal ponto que esta é obrigada a delegar ao TST (manobra criada e colocada em prática pelo PSTU inúmeras vezes nos anos de 1990) a tarefa de acabar com a greve.
A ruptura vertical do bloco pelego, com a anunciada saída do PCdoB da Fentect, com o apoio do PSTU, abre uma crise termina na burocracia sindical de conjunto que atinge a própria integridade da federação nacional e da unidade da categoria.
Na impossibilidade de continuar dominando um movimento sindical nacional organizado, a burocracia explora a insatisfação da categoria com uma saída claramente contrarrevolucionária: a destruição do movimento nacional dos correios para dominar em pequenos feudos que seriam um novo e maior obstáculo ao desenvolvimento da luta da categoria.
Uma das tarefas do XI Contect é a de deixar claro para toda a categoria qual política e quais forças são responsáveis pela crise atual e que a superação da crise passa pela completa rejeição desta política em todas as suas variantes, ou seja, do PT/Articulação, PCdoB e PSTU e pela construção de uma nova direção para os sindicatos, ou seja, de fortes oposições sindicas a partir das bases em cada sindicato, e na Fentect.

Contra a divisão, revolucionar a organização da categoria e colocar as direções e o comando sob o controle dos trabalhadores

Contra o monopólio da burocracia, um dos aspectos fundamentais da luta no XI Contect e após será o de buscar aprovar medidas no sentido de uma verdadeira revolução interna na organização nacional da categoria, como a ampliação da direção nacional da categoria (para 30 membros, com apenas um ano de mandato), tornando-a amplamente representativa de todas as regiões e setores dos mais de 150 mil trabalhadores ecetistas, incluindo os terceirizados (mais de 30 mil). Para pôr fim aos “comandos de negociação” minoritários, de 7 pessoas, cujos integrantes pertencentes ao bloco burocrático foram – em sua grande maioria – comprados pela direção da ECT, com cargos e vantagens nos últimos anos em troca da assinatura de acordos salariais prejudiciais aos trabalhadores, eleger no Contect, um amplo comando de mobilização e negociação, para a próxima campanha salarial, com representantes de todas as bases sindicais – eleitos e revogáveis pelas assembleias da categoria, cujos integrantes (assim como todos dirigentes sindicais) sejam expulsos do movimento sindical dos correios e tratados como traidores caso aceitem qualquer cargo de confiança da direção da empresa, inclusive com processos judiciais, como quer boa parte dos trabalhadores.
Outro aspecto fundamental da luta no XI Contect é o da luta contra a tentativa desesperada da direção da empresa e de determinadas alas do PT de controlar os movimento sindical através do aparelho administrativo da ECT por meio de chefes, como se viu na assembleia de Campinas no processo de eleição de delegados. Esta tentativa mostra a completa liquidação de qualquer apoio das bases à política da burocracia patronal, que já não consegue se sustentar nem mesmo com o apoio do setor mais conservador e mais bem pago dos trabalhadores. Não há e não pode haver lugar para os carrascos dos trabalhadores, para os que se venderam para os patrões e venderam a luta operária na organização sindical. O XI Contect deve aprovar uma proibição absoluta da presença das chefias em cargos eletivos, assembleias e congresso de todos os elementos de confiança da ECT. Os trabalhadores devem expulsar, se necessário pela força, os chefes ou elementos diretamente ligados às chefias das organizações dos trabalhadores, das assembleias, congressos, eleições e direções sindicais.
Os membros do comando de negociação eleitos no Contect e nas assembleias de base da categoria, sendo ao menos um por sindicato da categoria, devem atuar em um verdadeiro sistema de colegiado, com rotatividade nos cargos e com os diretores da organização nacional da categoria atuando na base da categoria como impulsionadores de sua mobilização e da sua organização. Os recursos humanos e materiais pagos à Fentect com o dinheiro dos trabalhadores pelos sindicatos devem estar colocado à serviço dessa mobilização, da luta contra a privatização e na defesa dos interesses dos trabalhadores e não à serviço da manutenção de mordomias e privilégios para uma burocracia sindical parasitária em Brasília ou seja onde for e administrados com total conhecimento e controle das bases.

A burocracia está em crise: bloco de oposição para derrotar a burocracia e levar os trabalhadores à vitória

A burocracia sindical da Fentect e da maioria dos sindicatos controlados pelo bloco traidor PCdoB/CTB-Articulação/PT atravessa a maior crise de sua história. Tanto o PT/Articulação como o PCdoB e o PSTU fazem neste momento o impossível para ocultar e minimizar esta crise para que o trabalhadores não tomem consciência dos resultados da sua luta.
Sintomas importantes desta aguda crise (que reflete as divisões no interior da burguesia diante do agravamento da crise capitalista), aparte da própria divisão da Fentect, são os rachas no interior dessas alas da burocracia (como as direções do PCdoB divididas no RJ, DF etc. e a cisão no interior do PT com a criação do MUTE) e a drástica redução das bancadas dos sindicalistas traidores, responsáveis pela assinatura dos últimos acordos contra a categoria, no XI Contect. Estimativas, da própria burocracia, apontam que ao contrário do último congresso, no qual os setores de oposição tiveram apenas cerca de 25% dos delegados contra 75% de delegados do bloco PCdoB-PT, no encontro de junho próximo, a bancada dos setores que se declaram de oposição está próxima de 50%, um crescimento de 100%, com amplas possibilidades de rachas na “situação”.
Essa situação , reflete de modo muito distorcido a realidade na base da categoria, onde os sindicalistas traidores do bloco majoritário são amplamente repudiados, é o resultado de mecanismos burocráticos e fraudes no processo de eleição e da capitulação de setores que se declaram de oposição, como o PSTU/Conlutas, que se recusou a participar da eleição delegados em alguns sindicatos, ajudando a aumentar a bancada dos “governistas” em pelo menos 15 delegados, mostrando que sua política de ruptura é uma tábua de salvação para a ala mais direitista da burocracia sindical.
Nestas condições, os militantes da Corrente Nacional Ecetistas em Luta, chamam todos os trabalhadores e os sindicalistas que se reivindicam de oposição à conformação de um bloco de oposição no Contect que tenha como objetivos centrais a superação da atual crise atual por meio da única maneira possível, ou seja, colocando a Fentect sob o controle efetivo da sua base de trabalhadores, destruindo os entraves burocráticos à participação direta e efetiva dos trabalhadores nas decisões, tornando a atividade da federação transparente para os trabalhadores, em resumo, eliminando o caráter burocrático da entidade, estabelecendo uma nova direção para o movimento nacional, que não pode ser uma mera troca de pessoas, mas de métodos, instituições e de programa.
Este bloco de oposição começou a tomar forma no último dia 4, em S. Paulo, quando diversas correntes de oposição, representando vários sindicatos e oposições e contando com mais de 90 delegados ao XI Contect reuniram-se para discutir uma política unitária de luta contra o peleguismo (ver matérias nesta edição).

Campanha salarial nacional unificada, sob o comando da categoria para derrotar a política do governo do PT-PCdoB

A degradação da situação econômica avança rapidamente no mundo todo e, apesar da propaganda enganosa da burguesia e do governo, o colapso mundial do capitalismo vai se fazer sentir de modo ainda mais intenso em nosso País nos próximos meses.
As “soluções” da burguesia e dos seus governos em todo o mundo são as mesmas: expropriar ainda mais os trabalhadores por meio das privatizações, arrocho salarial, ataques às aposentadorias, aumento da terceirização, redução nos gastos públicos com saúde, educação, inflação, demissões etc.
A campanha salarial dos trabalhadores dos correios, no segundo semestre, tende a se dar num quadro de agravamento da crise e de intensificação das lutas operárias no Brasil contra esses ataques. Já há sinais claros dessa tendência nas lutas dos trabalhadores dos transportes, da construção civil, professores etc.
A combativa greve dos correios no ano passado, demonstrou o enorme poder de mobilização e de luta dos ecetistas, que precisa ser desenvolvido e organizado para abrir caminho para a vitória não apenas da categoria, mas do conjunto da classe trabalhadora.
O XI Contect deve delibera um plano de mobilização que se posicione claramente na defesa das reivindicações dos trabalhadores diante da crise, tendo como pontos centrais a luta contra a privatização – para a qual é fundamental chamar a unidade com os petroleiros e outros categorias das empresas estatais e serviços públicos –, a defesa da reposição integral das perdas salariais da categoria e contra as medidas de superexploração adotadas pela direção da ECT: fim do SAP, terceirização, das dobras etc..
É preciso aprovar a imediata preparação da campanha salarial; começando por organizar assembleias na base dos sindicatos dissidentes para unificar a campanha salarial e convocar um Conrep (Conselho de Representantes) massivo para organizar a greve da categoria para o começo do segundo semestre.
A campanha salarial diz respeito à vida e aos interesses de 150 mil trabalhadores e não pode tratada como um assunto privado de meia dúzia de sindicalistas. Para tanto é preciso adotar medidas tais como a distribuição da proposta de pauta aprovada no Congresso em toda a categoria através de uma publicação especial; o aumento do número de membros do Comando Nacional de Mobilização e Negociação com a presença de um representante de cada sindicato (eleito e revogável em assembleia) mais 10 eleitos no Contect ou Conrep e que o acordo coletivo só possa ser assinado com a aprovação de 2/3 das assembleias de todos os sindicatos de todo o País.

A luta para derrotar a burocracia está em marcha

Algumas pessoas que não acreditam no poder da luta dos 100 mil trabalhadores dos correios – em parte porque nada fazem para organizar e reunir esta força – e outros que estão claramente a serviço dos patrões, têm declarado que não é possível derrotar a burocracia pelega e o governo.
Esta concepção absurda, derrotista e patronal contraria toda a experiência histórica da classe trabalhadora e suas lutas.
É preciso combater esta mentalidade derrotista e explicar aos trabalhadores e ativistas do movimento sindical dos correios que já foi colocado em marcha o processo para derrotar de forma cabal a burocracia sindical dos correios.
O XI Contect, burocrático e ainda dominado pela burocracia, é apenas uma das etapas desta luta e, embora muito importante e muito favorável para esta luta, não significa de forma alguma o acontecimento definitivo ou final desta luta, mas apenas uma etapa de uma luta que, no próximo período vai crescer em todo o país.
Nesse sentido, a tarefa fundamental, é organizar pela base, em cada sindicato, uma oposição sindical classista que organize, informe e eduque politicamente os trabalhadores para que estes possam superar toda e qualquer influência da burocracia patronal e retomar para si as suas organizações sindicais.
A emancipação dos trabalhadores só pode ser obra dos próprios trabalhadores e não de meia dúzia de dirigentes sindicais. Vamos, portanto, trabalhar para organizar e esclarecer os trabalhadores sobre as tarefas do próximo período. Esta é a tarefa de toda a oposição sindical dos correios.

Nenhum comentário:

Postar um comentário