A integração de outros grupos à oposição confirmou o que já era esperado: o bloco traidor não tem a maioria do congresso
O quarto dia de congresso teve uma importância histórica para os trabalhadores dos Correios. A burocracia sindical, do bloco Articulação-PCdoB, perdeu a maioria na congresso de trabalhadores.
Logo na primeira votação do dia, com a decisão do PSTU/Conlutas e outros grupos de votar com o bloco de oposição a vantagem para a oposição foi de dez votos. A oposição ganhou por 132 votos a 122 na votação sobre qual seria a pauta de reivindicações usada como base para a discussão.
A proposta do bloco traidor é bem significativa desse grupo que dentro do congresso representa o patrão dos trabalhadores dos Correios. A Articulação-PCdoB defendeu que o Congresso dos Trabalhadores utilizasse o Acórdão do TST como base. Esse Acórdão representa os ataques da direção da empresa, do governo e da Justiça patronal contra os ecetistas. Na greve do ano passado, que durou 28 dias, a última arma dos patrões foi levar a decisão ao TST. Ali, como não poderia ser diferente, os ministros impuseram os piores ataques aos trabalhadores. Apenas para citar um exemplo: a compensação dos dias parados nos finais de semana.
Era esse acórdão, odiado pelos trabalhadores, que o bloco Articulação-PCdoB queria que servisse de base para as discussões da pauta da campanha salarial. A proposta do bloco traidor revela claramente que este é um grupo intimamente ligado aos interesses dos patrões, é um bloco anti-trabalhador.
A derrota do bloco Articulação-PCdoB representa o fim da burocracia sindical como força política, independentemente do resultado que possa ocorrer até o final do congresso.
Na segunda parte do dia, foi feita a discussão sobre o SAP e sobre o PCCS, dois mecanismos de exploração que a empresa está colocando em prática contra a categoria.
A SAP (Sistema de Avaliação de Produtividade) é uma arma da empresa para assediar, escravizar e demitir trabalhadores. As intervenções deixaram claro que todos dizem ser contra o SAP, mas que na prática é a direção da empresa, da Articulação/PT, que está implementando. Prova disso é que a tese da Articulação defende que haja um sistema de avaliação mais “suave”, que na realidade é uma forma de defender que o patrão continue explorando os trabalhadores dos Correios.
No caso do PCCS 2008, um dos principais ataques é o cargo amplo, no qual as funções dos trabalhadores ficam na mão da empresa, Há centenas de casos de trabalhadores que estão cumprindo cargos e funções que não são a deles, como OTT fazendo serviço de carteiro e outros casos. O PCCS 2008 é conhecido como PCCS da Escravidão e traz vários outros ataques à categoria, como a terceirização.
Esses mecanismos de super-exploração dos trabalhadores têm por trás a política de privatização dos Correios.
No último dia de congresso será discutida a campanha salarial da categoria e a eleição da nova diretoria da Fentect. Se a vantagem da oposição se confirmar, será um passo importante para uma campanha salarial forte e que realmente esteja de acordo com os interesses dos trabalhadores.
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