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domingo, 24 de junho de 2012

O fim do balcão de negócios da Fentect: Congresso aprovou um comando de mobilização e negociação amplo e democrático


Proposta do bloco de oposição pôs fim ao esquema de corrupção de sindicalistas em que foi transformado o comando da campanha salarial 

A derrota da fração majoritária do PT no XI Congresso Nacional dos Trabalhadores dos Correios não se limitou ao terreno eleitoral com a vitória da chapa do bloco de oposição. Os trabalhadores também devem comemorar as mudanças estatutárias decisivas aprovadas por iniciativa da Oposição no Congresso da Fentect. Essas mudanças vão ampliar o controle das bases sobre a federação e retirar ou diminuir o poder da burocracia sindical.
A principal dessas mudanças é a revolução pela qual passou o Comando de Negociação da campanha salarial.

Um comando a serviço da luta

O antigo Comando de Negociação da Fentect foi o principal instrumento de cooptação e corrupção do movimento sindical pela direção da empresa e do governo. Através da negociação de cargos, várias campanhas salariais, desde a eleição de Lula foram traídas e derrotadas por meio da compra de membros do Comando de Negociação. Um dos casos mais famosos foi o da campanha salarial de 2003, cuja grande greve nacional foi derrotada com  a compra de parte do comando, em particular o conhecido Teixeirinha, da oposição patronal de Minas Gerais. Composto por sete membros, tornava-se fácil para o governo e para a direção da empresa comprar os votos da bancada oficial com cargos na empresa e outros benefícios.
O Comando de Negociacão foi extinto, por proposta do Fórum de Oposição e substituído pelo Comando Nacional de Mobilização da Campanha Salarial (CNMCS). O antigo comando é reconhecido pela categoria como maldito.
O antigo comando era composto por apenas sete membros, que praticamente decidia tudo e tentava impor as piores propostas aos trabalhadores. As propostas aprovadas no Contect tornaram o comando muito mais democrático.
Com o novo comando será diferente. A categoria terá maior controle sobre seus membros. Em primeiro lugar porque as negociações salariais serão organizadas por um Comando amplo, já que foi aumentado o número de integrantes. De apenas sete, o CNMCS será composto por seis membros da direção da Fentect mais um representante de cada base sindical, ou seja, um total de 41 pessoas.
As mudanças estão recolocando a Fentect a serviço dos interesses dos trabalhadores e de suas lutas.
A ação do novo comando permitirá um maior controle da base da categoria sobre o que acontece na campanha salarial, bem como uma maior publicidade.

Fim do balcão de negócios

As traições contra os trabalhadores foram realizadas na parte das vezes nas mesas de negociações com a direção da empresa. Com a ampliação do comando, fica quase impossível a direção da ECT comprar os negociadores da campanha salarial, para empurrar goela abaixo da categoria a política de arrocho salarial. Se a empresa quiser continuar corrompendo os sindicalistas teria que comprar mais de 20 negociadores para ter a maioria dos membros do comando.
No modelo de Comando de negociação anterior, formado apenas por sete pessoas, a direção da ECT comprava quatro membros deste comando para assinar o acordo contra a vontade da categoria e os trabalhadores eram traídos com a maior facilidade. Por isso, os Comandos de negociações eram verdadeiros balcões de negócio entre os sindicalistas do PT e PCdoB que vendiam a categoria para a ECT em troca de cargos e privilégios.
Outro aspecto fundamental da proposta aprovada pela Oposição é a de que a Comissão de Negociacão, que será de 10 pessoas, eleitas pelo comando e pelo Colegiado da Fentect, não terá mandato fixo, mas poderá ter seus membros substituídos a cada momento da negociação.

O fim dos golpes contra a categoria

Outro aspecto da resolução aprovada é o que diz que todas as posições presentes dentro do Comando de Mobilização serão tornadas do conhecimento da categoria e não apenas a posição majoritária.
Os informes do Comando não poderão chegar às assembleias no momento exato das votações. Este expediente foi utilizado inúmeras vezes para manipular a votação e impedir que os trabalhadores soubessem qual era a proposta a ser colocada em votação. Agora, as propostas terão que ser enviadas com 24 horas de atencedência das assembleias para que os trabalhadores saibam o que vão votar.

A volta do quórum de 2/3 dos sindicatos

Outra importante mudança é o quórum necessário para aprovar o acordo. O Comando só poderá assinar o acordo salarial se 2/3 da maioria dos sindicatos aprovar a proposta em suas assembleias, ou seja, se 23 sindicatos aprovarem. Antes era preciso apenas 50% mais um dos sindicatos, ou seja, 18. Fica muito mais difícil para a empresa forjar a aprovação do acordo. Quem não se lembra que, para aprovar o acordo bianual, rejeitado pela maioria dos sindicatos, a direção da ECT fraudou as assembleias de Tocantins e do Mato Grosso?

A política da oposição

O sentido destas propostas da oposição não é o de criar fórmulas milagrosas para a vitória da categoria, o que é impossível, mas fazer o máximo que é possível, ou seja, criar as melhores condições possíveis para a luta e a vitória da categoria.
Esta proposta em si já foi uma dura derrota de todo o sistema burocrático montando em conjunto pela direção da ECT e pelos sindicalistas da ala majoritária do PT para dominar e estrangular a ação dos sindicatos dos correios e a campanha salarial.

Um comentário:

  1. Foram muitas as traições aos trabalhadores, cansei de ser explorado por esta empresa, estou saindo daqui há alguns meses, cansei não do serviço em si, mas do sistema que subjulga o trabalhador e cobra demasiadamente sem ao menos dar condições de trabalho.

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