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segunda-feira, 25 de junho de 2012

Boletim Ecetistas em Luta Edição Nacional N°395

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Trabalhadores de São Paulo e Rio de Janeiro: é hora de derrubar os traidores do PCdoB/CTB dos sindicatos


Assim como foi posto um término ao “reinado” dos pelegos do PT/Articulação na direção da Fentect, está na hora de fazer o mesmo com os pelegos do PCdoB/CTB que querem dividir a categoria em favor dos patrões 

Após a vitória espetacular da oposição contra a burocracia sindical do PT/Articulação durante o XI Congresso Nacional dos Trabalhadores dos Correios, está na ordem do dia, mais do nunca, a necessidade de agrupar e fortalecer uma oposição de base em São Paulo e Rio de Janeiro para derrubar e expulsar os traidores do PCdoB dos sindicatos.
Embora a unidade da categoria ainda esteja ameaçada por essa quadrilha do sindicalismo, o PCdoB, que desfiliou o sindicato de São Paulo e Rio de Janeiro, por meio de um golpe dado pelas costas dos trabalhadores, fraudando uma assembleia para tentar dar alguma legalidade ao racha. O êxito da oposição no congresso demonstrou claramente a possibilidade de impedir esses golpes e retomar os sindicatos para os trabalhadores.
O congresso comprovou na prática, na luta política, que é absolutamente possível acabar com a ditadura imposta pelos pelegos nas organizações sindicais, revelando a força dos trabalhadores e a fraqueza da burocracia, confirmando a crise da burocracia pelega, patronal, repudiada pelos trabalhadores, e a formação de um novo movimento sindical classista, de luta que está se constituindo, nesse momento, na categoria dos Correios.
A oposição modificou radicalmente a estrutura de funcionamento da federação, desde a composição do comando de negociação e da diretoria, tornando-a muito mais ampla e representativa, ao estatuto que ficou mais aberto e democrático.  
Ou seja, todas as teses pessimistas pregadas pelos céticos (por ocasião) do PSTU/Conlutas que argumentavam ser “impossível derrotar a burocracia”, “que era uma ditadura impenetrável” etc., se revelaram falsas, e que na realidade eram apenas argumentos de ocasião para defender a prostração, o medo, a dúvida, o conformismo dos trabalhadores diante da burocracia e esconder a política oportunista defendida por esse grupo de rachar a Fentect e formar sua própria federação pelega.
Impedir a divisão da categoria e retomar os sindicatos
Como havia sido assinalado pela corrente Ecetistas em Luta (PCO), o racha do PCdoB com a Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios) era uma política desastrosa de autoexclusão, sem nenhuma perspectiva, uma decisão tomada por um grupo em crise tentando sobreviver ao enorme repúdio da categoria, que inevitavelmente levaria esse partido ao isolamento, a uma situação de fraqueza e vulnerabilidade política ainda maior e, inclusive, poderia marcar a liquidação dos sindicalistas do PCdoB no movimento dos Correios. É exatamente o que está acontecendo!
A vitória da oposição na Fentect foi um passo decisivo na evolução dessa crise e reforçou o sentimento e a necessidade dos trabalhadores de retomar os sindicatos dominados pela quadrilha de vendidos do PCdoB.
A derrota do bloco pelego (PT-PCdoB) enfraqueceu as diretorias sindicais ligadas a esses partidos em seu conjunto, enquanto impulsionou, por outro lado, o bloco de oposição, que abrirá um novo período de lutas dos trabalhadores ecetistas contra os ataques da empresa e as traições da burocracia.
Nesse momento, portanto, é necessário aproveitar a crise da burocracia, a fragilidade das diretorias pelegas e organizar os trabalhadores na base para derrubar os traidores.
A tentativa de dividir a categoria já foi amplamente repudiada no congresso. A política de divisão, sobretudo com a proximidade da campanha salarial, servirá apenas aos interesses patronais. É um verdadeiro crime contra a categoria rachar o movimento unificado dos trabalhadores.
O PCdoB foi e continua sendo um dos principais sabotadores da campanha salarial da categoria, tanto o sindicato do Rio quanto o de São Paulo eram utilizados pela burocracia sindical, pelo seu tamanho e importância política, e a empresa, para quebrarem as greves e mobilizações em nível nacional, por meio de assembleias fantasmas e acordos de bastidores feitos por de trás da categoria, em troca de cargos e dinheiro dado pela direção da ECT aos sindicalistas vendidos da burocracia.
No entanto, a situação está se invertendo. A crise da burocracia sindical é profunda e o crescimento da oposição e das tendências à mobilização dos trabalhadores é crescente.
É o momento de estabelecer subsedes da Fentect em São Paulo e Rio de Janeiro e organizar uma oposição de trabalhadores para retomar o sindicato para a categoria, coloca-lo a serviço dos interesses dos trabalhadores e fortalecer ainda mais a unidade da categoria em nível nacional contra os ataques da empresa e do governo.
A corrente Ecetistas em Luta e o PCO chama todos os sindicatos, militantes e trabalhadores dos Correios a apoiar energicamente esta iniciativa para expulsar estes bandidos dos principais sindicatos da categoria.

”Talibã” não é mais secretário-geral da Fentect: O fim de uma farsa muito mal elaborada


Não dá mais para rachar a categoria colocando a culpa na burocracia sindical, a Fentect foi retomada pelos trabalhadores 

Ele foi o homem que personificou todas as traições sofridas pela categoria nos últimos três anos. Sem dúvida que José Rivaldo, o “Talibã”, o agora ex-secretário-geral da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios) foi um dos personagens principais dessas traições, como o acordo bianual e a derrota da greve de 2011. Não que ele tenha sido o único personagem, mas seus aliados aproveitaram sua posição de destaque para roer a corda e deixar toda a sujeira no seu colo.
Foi assim que o PCdoB (em São Paulo e no Rio de Janeiro) decidiu romper com a Fentect. Romperam dizendo que a culpa de toda a desgraça da vida do ecetista era do Talibã. Seria verdade, ao menos por um detalhe. Se não fosse a atuação do PCdoB/CTB nos sindicatos do Rio e de São Paulo – os maiores da categoria – as traições não seriam possíveis em que o “Talibã” fizesse o máximo esforço.
A aprovação do acordo bianual em 2009 não seria possível se o PCdoB tivesse fraudado as assembleias de São Paulo e do Rio de Janeiro. E tem mais, logo depois de passar por cima da vontade dos trabalhadores de suas bases, Peixe, Diviza e Ronaldão estiveram pessoalmente em Tocantins e em Mato Grosso para fraudar as assembleias de lá para conseguir a maioria das assinaturas para aprovar o acordo bianual. Isso sem contar que Ronaldão ameaçou passar por cima também da maioria do comando de negociação e assinar o acordo bianual, só não foi em frente porque a corrente Ecetistas em Luta mobilizou dois ônibus para Brasília para impedir pela força este atentado contra a categoria.
O PCdoB quer, em um verdadeiro golpe de mágica, atribuir a culpa de todas as traições exclusivamente ao Rivaldo “Talibã” para justificar a sua ruptura com a Fentect e dividir a categoria, isolar os trabalhadores de São Paulo e Rio de Janeiro e favorecer os patrões... mais uma vez. A acusação contra o “Talibã” é uma farsa, não porque este não seja responsável pelas traições, muito longe disso, mas porque o PCdoB (especialmente em São Paulo e Rio de Janeiro) foi protagonista mais ativo das traições à categoria. As diretorias dos sindicatos de S. Paulo e Rio de Janeiro, “Peixe”, Diviza, “Ronaldão” e Marcos Santaguida foram em todos momentos sócios do “Talibã” e da direção do PT nas traições à categoria.
O PSTU, por seu lado, também acusou a burocracia sindical, chamou-a de “escritório do governo” e deu a ela poderes “invencíveis”. Mas assim como o PCdoB e o próprio “Talibã”, os dirigentes do PSTU também foram responsáveis pela derrota da greve de 28 dias, mandando os trabalhadores voltarem sem assembleia e aceitando calado a ditadura do TST, principalmente em S. Paulo. Está certo que o PSTU não assinou o acordo bianual, mas fez isso sob a pressão intensa da categoria que não aceitava tal ataque e depois fez todos os esforços possíveis para sabotar a luta para impugnar o acordo bianual na Justiça e para implodir o bloco dos 17 sindicatos com o objetivo de construir a sua Federação Anã.
Mas deixemos para lá as considerações que acabam de virar letra morta. Como todos já sabem o bloco de oposição venceu o congresso e o famigerado Talibã não é mais secretário-geral da Fentect.
Caiu, assim, a farsa do PCdoB, seu principal aliado. Se a culpa era só do “Talibã”, ele não está mais no posto máximo da federação e a Articulação Sindical do PT não é mais maioria em sua diretoria.
Caiu por terra também a farsa da direção do PSTU/Conlutas. Se o problema da Fentect era o “governismo” do senhor Talibã, não é mais. O PSTU pode continuar insistindo, mas fica difícil provar que o PCO ou a Intersindical são “governistas” e, mais ainda, que os seus ex-aliados na Federação Anã como as diretorias dos sindicatos do PI, AM e PB estejam a soldo do governo. Totalmente absurda e golpisa é a tese de que o setor petista do MRL são governo quanto a Articulação, quando estiveram no bloco dos 17 e agora contribuíram para derrotar o governo no Congresso. A direção do PSTU, derrotada em sua política divisionista lança uma última falsificação para tentar passar uma ala petista como sendo parte do governo do PT. Ainda mais quando essa ala petistas não compõe mais que um terço do bloco de Oposição. Os militantes sérios e comprometidos com a luta estão vendo, por experiência própria, que as “teses”, tanto da direção do PST/Conlutas como dos pelegos do PCdoB nada mais são que a folha de parreira de uma política completamente oportunista contra o interesse da categoria.
A prática comprovou que a ruptura e destruição dos sindicatos é a política dos patrões ou dos covardes e que a luta, em todas as ocasiões, é a única saída para os trabalhadores.

domingo, 24 de junho de 2012

Oposição aumenta o número de diretores e estabelece rodízio na Secretaria Geral


O Congresso da Fentect aumentou o número de diretores e elegeu uma nova direção para entidade, cabendo ao Bloco de Oposição vencedor do congresso, a indicação para Secretaria Geral, possibilitando aumentar a democratização da entidade, e para isso uma das medidas é que o cargo de Secretário Geral será exeercido através de rodízio entre os grupos que compõe a Oposição 

24 de junho de 2012
O XI Contect - Congresso Nacional dos Trabalhadores dos Correios, realizado nos dias 12 a 17 de junho em Fortaleza/CE, terminou com a eleição da nova diretoria da Fentect – Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios.
Depois de quase dez anos de controle sobre a entidade defendendo a política de arrocho salarial da ECT e do governo Lula e Dilma contra os trabalhadores, o Bloco da situação (PT – PCdoB) foi derrotado pela Oposição, que formou a chapa Fentect Unitária e pela base, formado por militantes da corrente Ecetistas em Luta (PCO), MRL (Movimento Resistência e Luta), Intersindical, MUTE (Movimento Unitário dos Trabalhadores Ecetistas), Alternativa Ecetista e independentes. Com 131 votos contra 129 do Bloco (PT-PCdoB), o bloco de oposição ganhou o direito de escolher o secretário geral da entidade, cargo máximo da Fentect.

38 diretores
A concepção da Oposição é a de que a direção da Fentect não deve ser um escritório burocrático em Brasília, mas um grupo de militantes atuantes na organização da categoria pela base. Nesse sentido, por proposta da Oposição, a diretoria da Fentect foi ampliada para 38 diretores, sendo 21 efetivos e 17 suplentes.
Esta medida e outras têm como objetivo retirar das mãos de algumas poucas pessoas o poder político na entidade que conduz sempre à dominação burocrática e ditatorial de uma pequena minoria. O propósito da Oposição é justamente o contrário, ou seja, permitir a mais ampla participação possível no processo de decisão.
Outras propostas da Oposição, como a ampliação dos Conreps – Conselhos de Representantes – e a sua realização com maior frequência não puderam ser votadas.
De qualquer modo, a Oposição vai continuar a sua luta para modificar a estrutura organizativa da entidade para coloca-la cada vez mais sob o controle das bases.

Rotatividade na Secretaria Geral para democratizar à Fentect 

Diante da ditadura que se transformou a Federação nestes últimos anos, em que a Articulação Sindical do PT esteve à frente da Secretaria Geral da entidade, assinando acordos a revelia do trabalhador, usando o cargo da Federação como moeda de troca com a direção da empresa para conseguir cargos na ECT, a exemplo do corrupto Manoel Cantoara, ex-secretário geral da Fentect que se transformou em assessor do Presidente da ECT, o Bloco de Oposição decidiu impedir que o poder deste cargo ficasse na mão de uma única pessoa, mas fosse controlado pelas forças políticas que compõe o bloco. Diante disso, foi acordado nos fóruns do Bloco de Oposição que a secretaria geral da Fentect funcionará em forma de rodízio entre as diversas forças políticas que compõe a Oposição.
A rotatividade se dará durante os três anos de mandato, entre as forças políticas que compõe o Bloco de Oposição alternarão na Secretaria Geral.
Outra questão fundamental de acordo no interior do bloco de Oposição é que as  ações da diretoria estarão subordinadas as discussões deliberadas nos fóruns do bloco de oposição. É importante lembrar que, além dos diretores eleitos serem ainda em pequeno número, muitos dos principais dirigentes sindicais e vários estados que ajudaram a eleger a nova direção não estarão aí diretamente presentes.
O bloco da Oposição considera os representes eleitos como delegados do bloco e da base da categoria e responsáveis diante deles e não como um entidade autônoma.
Qualquer tentativa de traição dentro da diretoria da Fentect será denunciada às bases. Está na hora de acabar completamente com o sistema imposto pela direção do PT e da empresa premiar os traidores. Os traidores não merecem mais que o ódio da categoria.

Colocar de fato a Fentect na mão dos trabalhadores a serviço da luta pelas suas reivindicações

A rotatividade na secretaria geral da Fentect é uma necessidade do movimento sindical dos correios onde a figura do secretário geral juntamente com o secretário de finanças susbstituiu todo o sistema democrático de decisão da entidade.
O Bloco de Oposição apresentou esta solução para diminuir este poder dentro da Fentect a uma única pessoa, que na era PT, a direção da ECT e o governo Federal, utilizava se do poder jurídico que o secretario geral tem na entidade para conseguir a sua assinatura em acordos e outras medidas que só beneficiavam a política de arrocho salarial e opressão da ECT sobre a categoria. Não foi por acaso que Cantoara foi agraciado com um importante cargo na direção da empresa.
O Bloco de Oposição defende a rotatividade na secretaria geral como forma de responder aos sentimentos de impotência da categoria, que por diversas vezes teve que assistir de forma passiva os secretários gerais da entidade, indicados pelo PT, assinando acordos com a ECT em nome de mais de 120 mil trabalhadores, sem consultar nem mesmo seus apoiadores, a exemplo do contrato do Vale-Drogaria assinado pelo ex- secretário geral da Fentect José Rivaldo, vulgo Talibã, com o presidente da ECT Wagner Pinheiro.
Com a rotatividade, não adianta a direção da ECT tentar assediar o secretário geral, pois o cargo será exercido coletivamente pelo Bloco de Oposição, que iniciou o processo de redemocratização das decisões da Fentect. A partir de agora, nada mais será negociado com uma única pessoa, e as negociações serão feitas de forma transparente, com ampla publicidade a categoria e de forma que no final só será selado acordos da Fentect com a empresa depois da decisão dos trabalhadores em assembleias convocadas para esta finalidade.
A Fentect tem que estar a serviço dos trabalhadores na organização de suas lutas em defesa de suas reivindicações e manutenção de seus direitos.

Um novo sindicalismo contra a burocracia instalada nas entidades sindicais brasileira

Apesar da burocratização da Fentect e da ditadura do secretario geral que se estabeleceu na entidade na era PT, a Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios é o hoje uma das entidades sindicais mais democráticas que existe no movimento sindical brasileiro, pois a Fentect ainda mantem alguns fóruns de decisão coletiva, como por exemplo os Conrep´s - Conselhos de Representantes da Fentect,  as Plenárias Nacionais, onde os delegados são eleitos na base da categoria e podem até participar das negociações nas campanhas salariais.
A maioria dos sindicatos no Brasil é dominado por uma única pessoa, o secretário geral ou presidente do sindicato é uma figura monárquica, ele pode decidir tudo em nome dos trabalhadores, formando assim um reinado burocrático contra seus representados, os trabalhadores.
A proposta de rodizio na secretaria geral da Fentect, apresentado pelo Bloco de Oposição que ganhou o Congresso da categoria é também a expressão de uma necessidade do movimento sindical dos trabalhadores brasileiros e até mundial, no sentido de reduzir ao máximo o poder burocrático dado ao individuo nas organizações operárias, poder individual que é estimulado pelo regime capitalista, usado pela burguesia e suas instituições para legitimar o ataque ao conjunto de uma categoria ou até mesmo ao conjunto de toda classe trabalhadora.
Os trabalhadores dos correios estão buscando democratizar a suas entidades na luta contra a burocracia sindical do PT e PCdoB, e abrindo o caminho para as demais categorias se levantar contra estas burocracias e juntos organizarem um novo movimento sindical brasileiro, onde o poder esteja na base e não na mão de indivíduos que representam os interesses dos patrões.

A única verdadeira garantia: a mobilização das bases

Apesar de estar fazendo todas as tentativas de modificar a organização interna da Fentect e, ainda estar discutindo muitas outras medidas, a Oposição tem perfeita clareza que o melhor dos estatutos não é garantia de nada e que a única verdadeira garantia é a consciência e a mobilização da base da categoria.
A tarefa central da nova gestão da federação é fazer todo o esforço possível para informar o trabalhador, ampliar a discussão na base e mobilizar os trabalhadores contra a política da direção da ECT e seus agentes dentro do movimento sindical. É preciso renovar também a organização dos sindicatos e abrir uma discussão séria e ampla sobre a construção do sindicato nacional da categoria.

O fim do balcão de negócios da Fentect: Congresso aprovou um comando de mobilização e negociação amplo e democrático


Proposta do bloco de oposição pôs fim ao esquema de corrupção de sindicalistas em que foi transformado o comando da campanha salarial 

A derrota da fração majoritária do PT no XI Congresso Nacional dos Trabalhadores dos Correios não se limitou ao terreno eleitoral com a vitória da chapa do bloco de oposição. Os trabalhadores também devem comemorar as mudanças estatutárias decisivas aprovadas por iniciativa da Oposição no Congresso da Fentect. Essas mudanças vão ampliar o controle das bases sobre a federação e retirar ou diminuir o poder da burocracia sindical.
A principal dessas mudanças é a revolução pela qual passou o Comando de Negociação da campanha salarial.

Um comando a serviço da luta

O antigo Comando de Negociação da Fentect foi o principal instrumento de cooptação e corrupção do movimento sindical pela direção da empresa e do governo. Através da negociação de cargos, várias campanhas salariais, desde a eleição de Lula foram traídas e derrotadas por meio da compra de membros do Comando de Negociação. Um dos casos mais famosos foi o da campanha salarial de 2003, cuja grande greve nacional foi derrotada com  a compra de parte do comando, em particular o conhecido Teixeirinha, da oposição patronal de Minas Gerais. Composto por sete membros, tornava-se fácil para o governo e para a direção da empresa comprar os votos da bancada oficial com cargos na empresa e outros benefícios.
O Comando de Negociacão foi extinto, por proposta do Fórum de Oposição e substituído pelo Comando Nacional de Mobilização da Campanha Salarial (CNMCS). O antigo comando é reconhecido pela categoria como maldito.
O antigo comando era composto por apenas sete membros, que praticamente decidia tudo e tentava impor as piores propostas aos trabalhadores. As propostas aprovadas no Contect tornaram o comando muito mais democrático.
Com o novo comando será diferente. A categoria terá maior controle sobre seus membros. Em primeiro lugar porque as negociações salariais serão organizadas por um Comando amplo, já que foi aumentado o número de integrantes. De apenas sete, o CNMCS será composto por seis membros da direção da Fentect mais um representante de cada base sindical, ou seja, um total de 41 pessoas.
As mudanças estão recolocando a Fentect a serviço dos interesses dos trabalhadores e de suas lutas.
A ação do novo comando permitirá um maior controle da base da categoria sobre o que acontece na campanha salarial, bem como uma maior publicidade.

Fim do balcão de negócios

As traições contra os trabalhadores foram realizadas na parte das vezes nas mesas de negociações com a direção da empresa. Com a ampliação do comando, fica quase impossível a direção da ECT comprar os negociadores da campanha salarial, para empurrar goela abaixo da categoria a política de arrocho salarial. Se a empresa quiser continuar corrompendo os sindicalistas teria que comprar mais de 20 negociadores para ter a maioria dos membros do comando.
No modelo de Comando de negociação anterior, formado apenas por sete pessoas, a direção da ECT comprava quatro membros deste comando para assinar o acordo contra a vontade da categoria e os trabalhadores eram traídos com a maior facilidade. Por isso, os Comandos de negociações eram verdadeiros balcões de negócio entre os sindicalistas do PT e PCdoB que vendiam a categoria para a ECT em troca de cargos e privilégios.
Outro aspecto fundamental da proposta aprovada pela Oposição é a de que a Comissão de Negociacão, que será de 10 pessoas, eleitas pelo comando e pelo Colegiado da Fentect, não terá mandato fixo, mas poderá ter seus membros substituídos a cada momento da negociação.

O fim dos golpes contra a categoria

Outro aspecto da resolução aprovada é o que diz que todas as posições presentes dentro do Comando de Mobilização serão tornadas do conhecimento da categoria e não apenas a posição majoritária.
Os informes do Comando não poderão chegar às assembleias no momento exato das votações. Este expediente foi utilizado inúmeras vezes para manipular a votação e impedir que os trabalhadores soubessem qual era a proposta a ser colocada em votação. Agora, as propostas terão que ser enviadas com 24 horas de atencedência das assembleias para que os trabalhadores saibam o que vão votar.

A volta do quórum de 2/3 dos sindicatos

Outra importante mudança é o quórum necessário para aprovar o acordo. O Comando só poderá assinar o acordo salarial se 2/3 da maioria dos sindicatos aprovar a proposta em suas assembleias, ou seja, se 23 sindicatos aprovarem. Antes era preciso apenas 50% mais um dos sindicatos, ou seja, 18. Fica muito mais difícil para a empresa forjar a aprovação do acordo. Quem não se lembra que, para aprovar o acordo bianual, rejeitado pela maioria dos sindicatos, a direção da ECT fraudou as assembleias de Tocantins e do Mato Grosso?

A política da oposição

O sentido destas propostas da oposição não é o de criar fórmulas milagrosas para a vitória da categoria, o que é impossível, mas fazer o máximo que é possível, ou seja, criar as melhores condições possíveis para a luta e a vitória da categoria.
Esta proposta em si já foi uma dura derrota de todo o sistema burocrático montando em conjunto pela direção da ECT e pelos sindicalistas da ala majoritária do PT para dominar e estrangular a ação dos sindicatos dos correios e a campanha salarial.

sábado, 23 de junho de 2012

A vitória da oposição nos Correios: Aquilo que precisava ser demonstrado




Todas as teses da política do PSTU/Conlutas usadas como pretextos para destruir a Fentect foram demonstradas falsas. O mito derrotista da invencibilidade da burocracia foi derrubado e ridicularizado 

O resultado do XI Congresso Nacional dos Trabalhadores dos Correios (Contect), com vitória espetacular do bloco de oposição contra o bloco traidor, composto pela Articulação Sindical do PT e o PCdoB, demonstrou falsas todas as teses sobre a burocracia sindical e sobre os sindicatos que o PSTU/Conlutas vinha tentando impor aos trabalhadores. Mais ainda, os acontecimentos do congresso revelaram a completa falência da política do PSTU/Conlutas para o movimento sindical.
Vejamos parte a parte, na demonstração dessa falência.

Para lutar, é preciso rachar?

A política do PSTU, no momento em que criou a Conlutas e agora na tentativa de criar a FNTC, conhecida como Federação Anã, é a da ruptura com as organizações operárias. Foi assim com a CUT e seria assim com a Fentect.
A tese fundamental para sustentar essa política divisionista – que para qualquer militante ou trabalhador minimamente esclarecido só poderia ser identificada como um crime contra o movimento – é a burocratização do aparelho da organização em questão.
No caso dos Correios, por exemplo, o PSTU/Conlutas procura dizer que a Fentect é irremediavelmente burocrática, assim como se a federação fosse um ente que tivesse vida própria independente da luta de classes, da luta entre trabalhadores e patrões. Dessa maneira, procuram esconder o fator fundamental da burocratização que é a presença majoritária da burocracia sindical na direção da organização e a incompreensão dos trabalhadores sobre esta política oportunista.
Quando o problema da burocracia sindical é colocado às claras, fica óbvio que para retomar o movimento para a luta da categoria é necessário lutar contra a burocracia, ou seja, fazer evoluir a consciência dos trabalhadores sobre o verdadeiro papel da burocracia nas organizações sindicais. A divisão, como quer o PSTU, não é lutar, mas se esconder e deixar a burocracia livre para continuar enganando os trabalhadores.
A vitória da oposição no XI Contect provou que a luta não só é possível, mas também a única maneira de combater e vencer a burocracia. Provou ainda a extraordinária capacidade de evolução da classe trabalhadora que, nos correios, repudia em massa tanto a política como os líderes da burocracia petista.

Não há democracia na Fentect?

Os anos de domínio da burocracia sindical na Fentect, por meio do bloco Articulação/PT-PCdoB só foram garantidos por meio de uma ditadura contra os trabalhadores. A burocracia sindical utiliza todo o tipo de expediente para manter o seu domínio e não poderia ser diferente, já que não possui apoio na base.
Por outro lado, a necessidade de golpes e manobras contra os trabalhadores é cada vez maior à medida que seu apoio e prestígio na base vai diminuindo. A ditadura já é em si um sinal de fraqueza da burocracia.
Portanto, a falta de democracia na federação não é um problema inerente, mas um problema exterior, ou seja, é o resultado da política da própria burocracia ou, mais precisamente, da crise desta política.
Na medida que essa política foi perdendo o apoio das amplas camadas dos trabalhadores, a ditadura também se acentuou, se tornou mais óbvia e entrou em crise. A força da oposição estava justamente no fato de que essa crise possibilitou que os princípios fundamentais da democracia operária fossem recolocados.
Exemplos disso não faltam. Foi aprovada a ampliação da diretoria da Fentect de 13 para 21 cargos, foi aprovada também a ampliação do comando de negociação que de sete, passará a contar com seis representantes mais um por sindicato – mais de 40 pessoas – o que é uma vitória incontestável dos trabalhadores. Outras medidas, como a necessidade de que 2/3 dos sindicatos aprovem um acordo, antes era metade. Além disso, a própria presença do bloco de oposição na secretaria geral será um passo importante, já que ficou estabelecido o rodízio entre as forças políticas do bloco.

A derrota foi imposta à burocracia

Outra tese do PSTU para convencer de que é melhor rachar os sindicatos do que lutar contra a burocracia é a de que, ainda que tudo desse certo para a oposição, o bloco da Articulação/PT-PCdoB não aceitaria a derrota. A burocracia sindical colocaria capangas armados para impedir a vitória da oposição e seria dado um tipo de golpe de Estado na Fentect. Não há dúvida de que este é mesmo o método da burocracia. Na eleição do Sintect-SP, para impedir a vitória de Ecetistas em Luta, tomaram o sindicato de assalto. Foram bem sucedidos apenas porque a oposição e os trabalhadores não estavam preparados. No entanto, nada havia de inevitável neste golpe. Com o crescimento da consciência e da organização dos trabalhadores tais golpes tornam-se cada vez mais difíceis, até se tornarem inviáveis.
O que aconteceu nesse congresso foi exatamente isso. A pressão dos trabalhadores nas bases, a desagregacão do bloco burocrático e a luta do bloco de oposição e o vigor com que foi travada a luta, praticamente inviabilizaram qualquer possibilidade da burocracia tentar garantir a vitória por meio da violência.
Não que a burocracia sindical não tivesse o desejo de fazê-lo, mas as condições políticas não permitiam um golpe dessa natureza e que, se fosse tentado, levaria a crise da burocracia ao extremo. A força da oposição e a fraqueza da burocracia não estavam somente no congresso, mas eram a expressão da vontade das bases da categoria. Ao contrário do que vinham pregando os sectários dogmáticos do PSTU, não há manobra, golpe ou violência que seja capaz de conter a força dos trabalhadores quando ela efetivamente amadureceu. Se não fosse assim, nenhuma revolução seria possível. Este dogma oportunista nada mais é que um abandono de qualquer ideia de revolução.
A burocracia não só foi derrotada, como foi obrigada a aceitar a derrota e, em certa medida, a fazer dezenas de compromissos com o bloco de oposição para poder sobreviver dentro do próprio congresso, uma vez que a sua bancada estava visivelmente em decomposição.

A Fentect é um escritório do governo? Não é mais

Outra ladainha repetida pelo PSTU/Conlutas foi o famoso “governismo”. À parte da falta de sentido do termo do ponto de vista da luta de classe, sem nenhum conteúdo marxista, o que o PSTU quer dizer é que a entidade Fentect defende o governo. Conforme já foi dito em algumas ocasiões até mesmo pelo “governista” PCdoB:que a Fentect é um “escritório do governo federal”.
Todo mundo sabe que a presença da Articulação/PT na direção majoritária dos sindicatos é um fator de contenção das lutas dos trabalhadores, principalmente, contra o governo e de atrelamento de qualquer entidade sindical a este. Na realidade, podemos inclusive expandir este raciocínio para todo o tipo de burocracia sindical. É da natureza da burocracia ser dependente do Estado capitalista, como já indicaram os marxistas em todas as situações. Todo mundo sabe também que a Articulação – e isso foi a principal causa de sua crise – vem fazendo dentro da Fentect a política da direção dos Correios.
Portanto, o problema que o PSTU mais uma vez quer colocar como sendo uma transformação essencial da federação, na realidade é um resultado da política da ala majoritária do PT, ou seja, um problema transitório da luta de classes.
Mesmo assim, as experiências, como a greve do ano passado, mostraram que é uma idiotice a ideia de que a Fentect é um mero escritório do governo. Além e acima da dominação da burocracia sindical, quem faz parte da Fentect são os 110 mil trabalhadores dos Correios, que com ou sem o PT, partiram para uma greve de 28 dias, contra a vontade da burocracia. O escritório foi colocado de lado pelos trabalhadores.
Mas, digamos que fosse verdadeira a ideia de escritório do governo. O que dizer agora? Com a vitória da oposição, o argumento se desfaz como fumaça. O governo perdeu um escritório para o PCO, MRL, Intersindical e os trabalhadores mobilizados.

Os trabalhadores venceram uma batalha importante

Mais importante do que a vitória da chapa formada pelo bloco de oposição, por dois votos de diferença, foram as mudanças estatutárias que esse mesmo bloco conseguiu impor no congresso.
Conforme foi citado acima, essas mudanças são um passo decisivo para retomar a federação para a luta dos trabalhadores. Diferente do que tentou pregar o PSTU, a luta contra a burocracia para retomar as entidades sindicais é o único caminho para a vitória dos trabalhadores.
A mudança mais importante deve ter sido no comando de negociação, que passou a se chamar Comando Nacional de Mobilização da Campanha Salarial. Os trabalhadores dos Correios consideram o antigo comando como algo maldito que traiu todas as últimas greves e era um balcão de negócios de sindicalistas.
A proposta aprovada no congresso ampliou o comando para mais de 40 membros (seis mais um por sindicato). Além disso, as propostas feitas durante as negociações serão tornadas públicas com 24 horas de antecedência para que a categoria possa debater sobre qual é a melhor proposta para ela.
Outra mudança importante foi o quórum de 2/3 dos sindicatos para que o acordo seja aprovado. Antes era 50%, o que facilitava a fraude em assembleias, como ocorreu no acordo bianual em 2009.

A falência do PSTU e da Federação Anã

Como ficou demonstrado, a realidade se impôs à política sectária e dogmática do PSTU. Toda a pregação divisionista, que já não tinha lógica na teoria, perdeu completamente o sentido na prática.
O PSTU foi obrigado a recuar na defesa da ruptura já no congresso e foi obrigado a votar no bloco de oposição tamanha era a pressão dos bases. Mais uma demonstração de que é um erro gravíssimo desprezar a importância decisiva dos próprios trabalhadores no processo sindical.
A Federação Anã perdeu dois sindicatos inteiros – Sintect PI e Sintect-AM – sendo que o sindicato da Paraíba está praticamente fora, já que a maioria dos seus diretores não defende a divisão e essa política é completamente rejeitada na base. Restou metade dos sindicatos, ou seja, três. No entanto, é clara a tendência de recuo desses três sindicatos. A insistência da direção do PSTU nessa política vai levar à sua liquidação dentro do movimento. Mais um vez, o marxismo se mostra infalível: “toda organização, todo partido, toda fração que se permita ter uma posição ultimatista com respeito aos sindicatos, o que implica voltar as costas à classe operária, somente por não estar de acordo com sua organização, está destinada a acabar. E é bom frisar que merece acabar.” (Trótski, Os sindicatos na época de decadência imperialista, grifo nosso).

Um chamado aos sindicatos que ainda não romperam com a Federação Anã

Durante todo o Congresso ficou evidente a divisão interna da banda de 22 delegados da Federação Anã. Os militantes que dirigem os sindicatos de Pernambuco e do Vale do Paraíba e alguns outros militantes isolados não concordavam com a política pregada pela direção do PSTU e defendida dentro dos correios pelos dirigentes de S. Paulo, “Geraldinho” Rodrigues, e do Rio de Janeiro, Heitor Fernandes.
A bancada dividiu-se e os integrantes dos sindicatos ameaçaram votar contra a orientação da direção do PSTU/Conlutas, o que levou a uma mudança na orientação da direção do grupo. Foi um acerto destes companheiros, pois a derrota da oposição provocada por um voto contra do PSTU/Conlutas seria um verdadeiro suicídio político na base da categoria.
Somente um único integrante desta bancada, o representante do Movimento Revolucionário, do Rio Grande do Sul, ligado ao secretario geral do Sintect-RS, Vicente Guindani, absteve-se na votação mantendo-se na política sectária e dogmática do PSTU/Conlutas.
A tarefa mais imediata do bloco de Oposicão e da própria Fentect é abrir uma discussão com as diretorias dos sindicatos que permanecem na Federação Anã e propor a eles que se integrem não apenas à Fentect plenamente como ao próprio bloco de oposição em um esforço comum para levar adiante a completa renovação da federação nacional.
A política que preconizava a ruptura da Fentect está morta e enterrada. Todos os seus fundamentos foram demonstrados errados pelo Congresso. Não há demérito algum em reconhecer um erro e corrigi-lo.
É preciso que os sindicatos e militantes do bloco de oposição se unam em um esforço para que estes sindicatos permaneçam na Fentect e se unam ao esforço de derrotar tanto a direção petista como o PCdoB dos sindicatos da categoria.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Organizar já a campanha salarial


No XI Contect foram aprovados, por iniciativa da oposição, as reivindicações mais sentidas dos trabalhadores, preparando a categoria para a próxima campanha salarial. A começar pela defesa da reposição das perdas salariais e de um índice de reajuste de 43,7% mais R$ 200 linear e vale alimentação de R$ 35. Outra importante vitória dos trabalhadores foi a defesa da data-base da categoria para dezembro.
O bloco de oposição vai continuar atuando na base da categoria e convoca os trabalhadores a participar dessa campanha. A mobilização para a campanha salarial começa agora.
O bloco de oposição não é como os traidores que ficam escondidos dos trabalhadores dentro da sala do sindicato ou da Fentect. O objetivo da oposição é mobilizar amplamente a categoria nas bases. Esse é o único caminho para derrotar os ataques da empresa.
A oposição vai imediatamente organizar a retomada dos sindicatos de São Paulo e do Rio de Janeiro para as mãos dos trabalhadores. Vamos organizar subsedes da Fentect nesses lugares para garantir a unidade de todos os trabalhadores. A obrigação da nova diretoria da Fentect é libertar a categoria de São Paulo e do Rio de Janeiro das mãos da quadrilha de traidores do PCdoB, que estão nesses sindicatos para defender os patrões e a privatização da ECT.
Em breve está prevista uma plenária nacional do Bloco de Oposição para organizar a luta dos trabalhadores ecetistas.
Chamamos os trabalhadores de todo o País a entrarem em contato com os membros da oposição para participar ativamente dessa luta.

Bloco de Oposição põe fim ao balcão de negócios em que transformaram o comando da campanha salarial


Além da vitória da Chapa “Fentect unitária e pela base” composta pelo Bloco de Oposição, os trabalhadores também dever comemorar as mudanças estatutárias aprovadas pela Oposição no Congresso da Fentect.
Foram aprovadas várias mudanças estatutárias que visam a democratizar a Federação e retirar o poder da burocracia sindical sobre as negociações com a ECT, recolocando a Fentect a serviço dos interesses dos trabalhadores e de suas lutas.
A principal mudança neste sentido foi que as negociações salariais serão organizadas por um Comando amplo, formado por um representante por sindicato, que se juntará a seis membros da direção da Fentect,  formando o CNMCS (Comando Nacional de Mobilização da Campanha Salarial) com 41 pessoas. O Comando só poderá assinar o acordo salarial se 2/3 da maioria dos sindicatos aprovar a proposta em suas assembleias, ou seja, se 23 sindicatos aprovarem, antes era preciso apenas 50% mais um dos sindicatos, ou seja, 18.
Com isso, fica quase impossível a direção da ECT comprar os negociadores da campanha salarial, para empurrar goela abaixo da categoria a política de arrocho salarial, pois caso a empresa continue com a política de corromper sindicalistas, neste novo modelo de Comando, a ECT terá que comprar mais de 20 negociadores. No modelo de Comando de negociação anterior, formado apenas por sete pessoas, a direção da ECT comprava 4 membros deste comando para assinar o acordo contra a vontade da categoria e os trabalhadores eram traídos com a maior facilidade. Por isso, os Comandos de negociações eram verdadeiros balcões de negócio entre os sindicalistas do PT e PCdoB que vendiam a categoria para a ECT em troca de cargos e privilégios para seus pares.

Um balanço do XI Contect: Bloco de oposição derruba os traidores na Fentect


Um expressivo avanço da luta contra a burocracia traidora e pela unidade dos trabalhadores dos Correios contra a privatização e pela conquista de suas reivindicações 

O XI Congresso Nacional dos Trabalhadores dos Correios (Contect) encerrou-se na madrugada de domingo (17/06) com a eleição da nova diretoria da Fentect.
Foram apurados 131 votos para a Chapa de Oposição, Fentect Unitária e pela base, que sagrou-se vitoriosa, integrada pelos militantes da Corrente Ecetistas em Luta (PCO), do MRL, da Intersindical, de Independentes (a maioria dos quais abandonaram a política divisionista e traidora do PSTU/Conlutas por meio da chamada “Federação anã”). Para a chapa da situação, do bloco PT/Articulação-PCdoB, liderada pelo Talibã, foram dados 129 votos.

Derrota antes do Congresso

Talibã perdeu seus principais aliados antes do congresso. A quadrilha de sindicalistas traidores do PCdoB do sindicato de São Paulo e do Rio de Janeiro que por medo da revolta da categoria se recusaram a eleger delegados para o Congresso da Fentect.
Diviza e Peixe, diretores do Sintect-SP, e Marcos Sant`Aguida e Ronaldão, do Sintect-RJ, apoiaram todas as traições da Fentect, como o acordo bianual, PCCS da escravidão, saldamento do postalis, privatização da ECT, derrota na greve de 28 dias etc.
Para tentar se eximir da culpa, estão propondo rachar a Fentect e negociar separado com a direção da ECT, dividindo a categoria e promovendo mais uma traição na próxima campanha salarial.
A derrota da Articulação sindical/PT e do PCdoB é a derrota do esquema de compra e venda de sindicalistas que nos últimos anos vêm usando o movimento sindical para conseguir cargos na ECT. Os trabalhadores deram um basta a essa política!

O fracasso da política divisionista

Também fracassou vergonhosamente a tentativa da ala “esquerdista” da burocracia, o PSTU/Conlutas, de evitar a derrota da burocracia da Fentect e dar um verniz esquerdista ao racha do PCdoB. A política de formar uma federação anã com menos de 5% dos trabalhadores da categoria foi atropelada pelo resultado do congresso. A categoria e o bloco de oposição mostraram que é possível derrotar os traidores.
A pressão dos trabalhadores e do próprio congresso obrigou inclusive o PSTU/Conlutas a votar com o bloco de oposição.

Um passo decisivo: o bloco de oposição
O ativismo classista da categoria se unificou em torno da defesa da luta contra a burocracia e de um programa de defesa da unidade da categoria e das suas reivindicações.
Esse bloco colocou como eixo de sua intervenção a mobilização para derrotar a burocracia não apenas no terreno eleitoral dentro da Fentect, mas também nos sindicatos controlados pelos mesmos traidores do PT-PCdoB. É necessária a organização da oposição nas bases de todos esses sindicatos. Esse é o caminho para levar a luta em torno de questões fundamentais para a categoria que foram aprovadas no congresso: a reorganização da Fentect, com a sua democratização, pondo fim à ditadura da burocracia sobre os trabalhadores e a aprovação de uma campanha salarial de luta, controlada pelos trabalhadores.
Entre em contato com os membros da oposição Ecetistas em Luta que fazem parte do bloco de oposição.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Secretaria geral da federação será rotativa

Bloco de oposição quer liquidar a ditadura na Fentect:



Conforme ficou estabelecido entre as correntes que compõem o Fórum de Oposição durante o Congresso, o cargo de secretário-geral da Fentect, o cargo máximo da federação, será ocupado por meio de um sistema de rodízio entre as forças políticas que compõem a oposição

<t1>O bloco de oposição, que saiu vencedor do XI Contect (Congresso Nacional dos Trabalhadores dos Correios) ocorrido na semana passada decidiu em comum acordo entre os grupos que o compõem que a secretaria geral da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios (Fentect) será rotativa, ou seja, será exercida em sistema de rodízio entre os grupos de oposição.
A secretaria geral é o cargo máximo da direção da Fentect. A proposta do Bloco de oposição, que venceu o congresso com diferença de dois votos, é democratizar a direção da federação e liquidar todos os aspectos da ditadura burocrática que vigora há muito tempo no funcionamento da entidade. A proposta de secretaria geral rotativa está inclusive estabelecida na ata do congresso e foi aceita inclusive pelo bloco situacionista composto pela Articulação/PT e PCdoB.
Assim como outras propostas democratizantes, como por exemplo, a ampliação da diretoria da Fentect de 13 para 21 cargos, retirando de uma pequena cúpula as decisões sobre os rumos políticos da federação. O comando de negociação da campanha salarial também foi modificado e passou a se chamar Comando Nacional de Mobilização da Campanha Salarial com um representante de cada sindicato, mais seis membros indicados pelo colegiado da Fentect. Outras mudanças estatutárias importantes foram aprovadas no XI Contect, que são um reflexo da situação política da própria categoria que há muito reivindica maior democracia no movimento sindical dos Correios depois de tantos anos de muita traição.
Aliada a essa mudança estatutária está a vitória da oposição. O bloco oposicionista, que formou a chapa Fentect Unitária e pela base, formado por militantes da corrente Ecetistas em Luta (PCO), MRL (Movimento Resistência e Luta), Intersindical, MUTE (Movimento Unitário dos Trabalhadores Ecetistas), Alternativa Ecetista e independentes estará compondo os principais cargos da Fentect, a começar pela secretaria geral. A proposta aceita por todos os grupos da oposição foi que o cargo fosse rotativo. A cada seis meses, um membro de um grupo da oposição estaria na secretaria geral.
Essa decisão está de acordo com o espírito democrático que esteve em pauta nas discussões da oposição durante todo o congresso. Essa decisão vem para pôr fim à ditadura que a Articulação do PT e o restante da burocracia sindical impuseram na Fentect, tratando os trabalhadores como se fossem súditos de um império, submetendo a categoria aos piores ataques arquitetados pela direção da ECT.
Como fiador deste acordo foi escolhido o companheiro José Rodrigues, do Sintect-PI, que será um dos membros do colegiado a exercer o cargo de secretário geral.
A vitória do bloco oposicionista é a expressão dos anseios dos mais de 110 mil trabalhadores  ecetistas nas bases, assim como todas as mudanças que foram aprovadas. Resta agora, ao bloco de oposição, estabelecer como será colocado em prática o rodízio na secretaria geral e como serão divididos os demais cargos.

Boletim Ecetistas em Luta Edição Nacional N°393




segunda-feira, 18 de junho de 2012

Os trabalhadores dos Correios mostraram: é preciso derrotar a burocracia sindical


Nessa semana, a categoria dos Correios conseguiu uma enorme vitória: derrotou a burocracia sindical do PT-PCdoB que há anos dirigia a Federação Nacional. Em seu lugar, foi eleito um bloco formado por todos os setores oposicionistas dentro do movimento de Correios.
A burocracia sindical do PT-PCdoB levou a categoria a consecutivas derrotas. Diversos de seus dirigentes se venderam para a empresa, entregando em troca a campanha salarial. Assim, seus dirigentes na categoria foram os responsáveis por aprovar acordos como o bianual, que determinou que a categoria ficasse por dois anos sem reajuste; ratificou o encerramento da greve pelo TST em 2011, entre outras traições.
Nesse congresso, os trabalhadores derrotaram não apenas a direção da Articulação/PT, mas todo o esquema burocrático de funcionamento, que impede o controle das bases sobre os sindicatos e facilita a compra de dirigentes sindicais. O Congresso aprovou a ampliação da diretoria, a ampliação do comando de negociação, com representantes de todos os sindicatos e sem poder para decidir sobre a assinatura do acordo, que só pode ser assinado se dois terços das assembleias de todo o país aprovarem. Não são mudanças quaisquer, mas uma verdadeira revolução no interior da Federação.
A Corrente Ecetistas em Luta, ligada ao PCO, que compõe o bloco de oposição, denunciou de maneira persistente essas traições e trabalhou pela renovação da direção da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios).
Algumas organizações, como o PSTU/Conlutas, por sua vez, tem disseminado nos Correios e em outras categorias que não é possível derrotar a burocracia sindical na CUT, nem nas federações que dirige, pregando que a única solução é romper com essas organizações de massa e criar outras, puras e imaculadas.
Esse Congresso mostrou que essa política é totalmente errada. É possível derrotar a burocracia e foi o que os setores de oposição fizeram agora no movimento nacional de Correios.
Mais que isso: é preciso derrubar essas direções traidoras. É o que os trabalhadores na base estão exigindo. Abandonar as organizações de massas é abandonar os trabalhadores a essas direções e deixa-las à frente dessas organizações sem sofrer oposição.
Os trabalhadores dos Correios mostraram o caminho que deve ser trilhado por todo o movimento operário brasileiro.

domingo, 17 de junho de 2012

O índice reivindicado na Campanha Salarial será de 43,7%


Foi aprovado por consenso e unanimidade a pauta de reivindicação dos trabalhadores para a próxima Campanha Salarial da categoria.
O índice aprovado e que será apresentando para a empresa será de 43,7%. Sendo 33,7% referente à perdas + 10% reajuste inflacionário + 200,00 linar para todos os trabalhadores.
Além disso, a pauta traz a luta histórica dos trabalhadores ecetista como o fim das horas extras, o fim da terceirização, melhorias no plano de saúde como a troca das guias médicas por cartão magnético entre outras questões.

Conselheira Fiscal orienta auditoria nas contas da Fentect


Conselheira Fiscal da Fentect orienta não aprovação das contas e auditoria dos dois últimos mandatos da Federação.
Lurdinha, do Sintect-CE, membro do Conselho Fiscal da Federação Nacional dos Trabalahdores dos Correios, está orientando que o XI Contect não aprove as contas apresentadas pela secretária de Finanças, Zélia “Ginsp”.
Lurdinha que foi suspeita de ganhar caixa 2 com a realização deste Congresso em Fortaleza, que de fato teve um custo altíssimo para para a Federação e sindicatos, ou seja, para os trabalhadores, tratou de se justificar: “eu apenas fiz o contato com o hotel, quem assina fez o pacote, quem assina o cheque é outra pessoa”, disse.
A posição é única no Conselho Fiscal. Os demais membros defendem a aprovação das contas, sem ressalvas.
“A auditoria identifica situação irregular, o que não é o caso”, declarou França, da Articulação em Juiz de Fora.
As duas propostas serão votadas pelo plenário.
Em sua defesa, Zélia “Ginsp” justificou os altos gastos com a luta da categoria, campanha salarial do ano passado, e os gastos com a casa do Núcleo Bandeirante, no Distrito Federal. Todo o dinheiro, “Foi gasto na luta e no patrimônio”.
Segundo a secretária de finanças a despesa fixa, mensal da categoria é de 57 mil reais. O saldo mensal de aproximadamente 100 mil.
A grande questão é: se forem rejeitadas as contas o secretário-geral e a secretária de finanças, os dois principais cargos da Fentect, hoje sob controle da Articulação-Talibã e Zélia-PCdoB, ficam inelegíveis para um próximo mandato.

XI Contect aprova composição mais ampla para o comando de negociação da campanha salarial


A proposta apresentada pelo bloco de oposição foi aprovada por contraste na plenária final do XI Contect. Segundo a proposta da oposição, o comando de negociação da campanha salarial deste ano será composto por um representante de cada base sindical e seis representantes da direção da Fentect.
A proposta permite que os trabalhadores de todo o país sejam representados mais amplamente na campanha salarial, evitando a concentração do poder de negociação nas mãos de uma minoria como vem ocorrendo nas recentes campanhas salariais.

OPOSIÇÃO VENCE ELEIÇÃO PARA A DIREÇÃO DA FENTECT!


Por 131 votos contra 129, o bloco unificado de oposição venceu a disputa pela direção da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios.
O novo secretário-geral, José Rodrigues Filho, diretor do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Piauí, foi anunciado na madrugada deste domingo.
A vitória da oposição na votação mais importante do Contect abre o caminho para uma mudança importante na organização sindical da categoria, no sentido de unificar os trabalhadores e impulsionar sua luta por melhores condições de trabalho e por aumento salarial.
Juntamente com outras vitórias importantes do bloco de oposição no Contect, como a ampliação da representatividade do Comando de Negociação da campanha salarial e a obrigatoriedade de que dois terços dos sindicatos da categoria em nível nacional aprovem o acordo salarial para que esse possa vigorar, a luta dos trabalhadores sai fortalecida desse Congresso.
O bloco de oposição espera, nas palavras do novo secretário-geral José Rodrigues, que a campanha salarial desse ano possa reverter a derrota imposta pelo TST no ano passado e levar os mais de 110 mil trabalhadores dos Correios à conquista de suas reivindicações.

Campanha Salarial: por proposta da oposição, acordo salarial deverá ser aprovado por 2/3 dos sindicatos nacionalmente


A proposta apresentada pelo bloco de oposição sobre o método para a aprovação do acordo salarial dos trabalhadores dos Correios foi aprovada com 133 votos contra 125 na plenária final do XI Contect.
A partir de agora, será necessária uma maioria de 2/3 dos sindicatos em nível nacional para a aprovação do acordo coletivo da categoria.
A vitória da proposta é uma verdadeira revolução na Fentect, já que nos últimos anos os acordos salariais vinham sendo aprovados por uma maioria simples de 50% dos sindicatos mais um.
Com a nova metodologia para definir a aprovação ou não de um acordo salarial, uma maioria mais qualificada e representativa ficará responsabilizada pela definição do acordo salarial da categoria.

Quod erat demonstrandum


Por Rui Costa Pimenta

A comprovação das teses políticas é, como todos sabem, muito mais complexa que a das hipóteses do mundo físico. Não obstante, o XI Congresso da Fentect comprovou as teses do PCO com um rigor superior a muitas experiências de química e física.
Disseram que a burocracia era invencível. Foi derrotada no congresso em todas as teses fundamentais.
Disseram que a federação nacional, porque era dirigida pelo partido do governo, era apenas uma dependência do governo federal. Todas as teses do governo federal foram rejeitadas pelo plenário do Congresso.
A ditadura da burocracia jamais seria vencida. Foi quebrada em pontos fundamentais.
Apesar de todas as manobras burocráticas e toda a pressão do aparelho político do governo e do PT, o plenário do congresso esteve durante cinco dias dividido ao meio.
Já a oposição sofreu todo o tipo de boicote de correntes que diziam ser uma ferrenha oposição à burocracia. O Sindicato de S. José do Rio Preto, ligado à chamada federação anã, recusou-se a enviar delegados ao Congresso. No Rio de Janeiro, a bancada da Conlutas recusou-se a apresentar chapa entregando os delegados à bancada que eles mesmos chamam de “governista”. Durante metade do congresso, a luta da bancada da oposição concentrou-se em pressionar a bancada da Conlutas para que estes se decidissem a votar na oposição para derrotar a situação.
Mesmo assim, as votações impuseram uma derrota a toda política da burocracia:  foi extinto o comando de negociação, que havia se transformado em um balcão de compra e venda de sindicalistas pela direção da empresa a serviço de trair as lutas e as reivindicações operárias. Foi substituído por uma representação ampla de todos os sindicatos, com cerca de 40 pessoas, representativa de todas as forças e dos sinicatos de base. Foi eliminada a política de desfechar um ataque de surpresa contra os trabalhadores nas campanhas salariais e os informes falsificados dos comandos ditatoriais. Foi restabelecido o quórum de 2/3 de sindicatos para aprovar o acordo salarial.
A direção da Fentect teve a tradicional política monolitica da burocracia quebrada através da vitória da proprocionalidade qualificada.
Quando a eleição da diretoria começou a política da burocracia estava completamente liquidada em um congresso dominado pela propria burocracia que escapou completamente do controle por pressão da base.
A votação serviu, acima de tudo, para liquidar todas as teses improvisadas sobre a burocracia sindical e a luta política. O marxismo, teoria que encontra sua comprovação na realidade, mostrou o acerto de todas as suas teses sobre o sindicato, a burocracia e a luta da classe operária através da vitória dos representantes da classe operária contra os representantes patronais.

Vitória do novo sindicalismo contra a burocracia sindical do PT


O Congresso Nacional dos Trabalhadores dos Correios que ocorreu do dia 12 ao dia 16 em Fortaleza, teve uma importância enorme não apenas para a categoria, como para os trabalhadores de todo o País.
Nesse congresso, a oposição venceu o bloco da Articulação/PT e PCdoB, há anos à frente da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios, bem como das mais importantes categorias do País.
A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos é uma das principais estatais brasileiras, contando com cerca de 150 mil trabalhadores, incluindo os terceirizados. Esses trabalhadores estão unificados numa federação nacional, o que foi importante para que essa categoria fosse protagonista das mais importantes greves do País nos últimos dez anos, pelo menos.
Esse Congresso aconteceu em um momento decisivo. A crise da atual direção majoritária da Federação (PT/Articulação) chegou a tal ponto que a oposição, que há muito tempo vinha numa luta acirrada contra as traições dessa burocracia sindical conseguiram ganhar a direção da entidade, um reflexo evidente da mobilização na base, que exigia uma nova direção para suas lutas.
Em meio a essa crise, outras alas da burocracia (PCdoB e PSTU) lançaram uma proposta desesperada que esconde essa crise: dividir a organização unitária dos trabalhadores. Além de beneficiar aqueles que querem romper, a divisão é um expediente para salvar o PT/Articulação de uma derrota acachapante.
Já na eleição dos delegados para o Congresso, o PSTU sob o pretexto de que a Federação deveria ser dividida, cedeu delegados para o PT em vários estados. A sua saída da Federação apenas facilitaria a manutenção do PT na direção da entidade. A vitória da oposição mostra claramente que o caminho não é romper, mas derrotar a burocracia em todas as entidades de massa.
A oposição não só ganhou a direção, como promoveu toda uma reformulação na própria Fentect, aumentando o número de diretores, procurando diminuir o tempo de mandato (no que não foi bem sucedida) e criando um comando de negociação amplo, com um representante por sindicato e submetido às assembleias de base. A falta de democracia interna e o número restrito de negociadores permitiu em inúmeras campanhas salariais que a empresa atuasse comprando muitos dos dirigentes sindicais com cargos.
A vitória da oposição mostrou o caminho do desenvolvimento do movimento sindical brasileiro num sentido revolucionário e sua libertação da prisão burocrática em que foi colocado.
Esse Congreso marca o início do fim da dominação do PT/Articulação sobre o movimento sindical dos Correios, um modelo que se repetirá inevitavelmente em escala nacional.

Uma vitória espetacular do novo sindicalismo contra a burocracia sindical


Um expressivo avanço da luta contra a burocracia traidora e pela unidade dos trabalhadores dos Correios contra a privatização e pela conquista de suas reivindicações 


 
 
Votos
Percentual dos votos válidos
Chapa 2 – Bloco de Oposição(Ecetistas em Luta/PCO – MRL – Intersindical – Independentes
131
50,4%
 
Chapa 1 – Unidade na Luta(PT/Articulação – PCdoB)
129
49,6%
Abstenção
2
0,76%
TOTAL
262
100%

O XI Congresso Nacional dos Trabalhadores dos Correios (Contect) encerrou-se na madrugada deste domingo (17/06) com a eleição da nova diretoria da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios).
Foram apurados 131 votos para a Chapa de Oposição, Fentect unitária e pela base, integrada pelos militantes da Corrente Ecetistas em Luta (PCO), do MRL, da Intersindical, de Independentes (a maioria dos quais oriundos da ruptura com a FNTC, a chamada “federação anã”, que o PSTU/Conlutas está propondo criar). Para a chapa da situação, do bloco PT/Articulação-PCdoB, foram dados 129 votos.
O resultado que, com pequenas variações, se repetiu ao longo do Congresso expressou o desmoronamento da burocracia sindical e uma importante vitória dos setores classistas que se agruparam no bloco de oposição e de toda a categoria, uma vez que estes e outros resultados do Congresso terão enorme influência nos rumos das próximas lutas da categoria, em uma etapa de avanço da crise capitalista e das tentativas dos patrões e dos seus governos de atacarem os trabalhadores para defenderem seus lucros.
Abre-se uma nova etapa na luta da categoria dos trabalhadores dos Correios, uma das mais combativas e organizadas do País, que deu no Contect um passo decisivo para se livrar dos grilhões que a burocracia sindical procura atar às pernas dos trabalhadores.

Derrota antes do Congresso

A derrocada da burocracia no Congresso é a expressão, limitada pelas condições burocráticas do evento e pelas fraudes impostas pela burocracia, do bloco dirigente que traiu todas as lutas da categoria nos últimos anos e que chegou a o seu nível mais elevado com a aceitação por esses sindicalistas do acordo imposto pela direção da ECT e pelo TST, após 28 dias de greve da categoria, mesmo com a proposta patronal tendo sido rejeitada em todas as 35 assembleias da categoria em todo o País.
A traição à greve marcou um esgotamento da experiência política da maioria da categoria com estas direções tradicionais vinculadas ao governo do PT e à sua política de expropriação dos trabalhadores em favor dos bancos e grandes monopólios e que, nos últimos anos, foram “compradas” pela direção da ECT com centenas de cargos e vantagens para entregarem as lutas dos trabalhadores dos Correios.
Nestas condições, a burocracia do bloco Articulação/PT-PCdoB chegou ao Congresso derrotada e em meio a uma crise que a levou a várias rupturas no seu interior. A mais importante delas, justamente de uma de suas alas mais direitistas, levou a que o setor majoritário do PCdoB/CTB cometesse um dos maiores crimes da sua intensa lista de golpes contra a categoria: propusesse a divisão da combativa organização nacional dos trabalhadores dos Correios, a Fentect, para ajudar a direção da ECT, os patrões e o seu governo servil, a atacar os trabalhadores, inclusive com a privatização dos Correios.
Para levar adiante este golpe, estes agentes da burguesia no movimento operário, que foram colocados por meio de fraudes à frente de importantes sindicatos da categoria, como os de São Paulo e Rio de Janeiro, impuseram – sem qualquer consulta à base da categoria – a desfiliação desses sindicatos da federação nacional, principal entidade de luta dos ecetistas que centraliza sua luta em todo o País.
Além da divisão do PCdoB, a outra ala do bloco traidor, também foi levada à divisão pela enorme revolta dos trabalhadores contra sua política. Ante o repúdio dos ecetistas contra os sindicalistas que assinaram o famigerado acordo bianual e que traíram a greve de 28 dias da categoria, um setor do PT resolveu organizar diretamente os chefes e dirigentes da empresa para tomar de assalto os sindicatos e o congresso da categoria, criando uma cisão petista. Esta, no entanto, não obteve nenhum êxito expressivo e foi escorraçada pelos trabalhadores em alguns lugares como Campinas.
Também fracassou vergonhosamente a tentativa da ala “esquerdista” da burocracia, o PSTU/Conlutas, de evitar a derrota da burocracia da Fentect e dar um verniz esquerdista do PCdoB de rachar a federação, construindo uma “federação anã”, com menos de 5% dos trabalhadores da categoria. Essa empreitada, que começou contando com o apoio parcial de integrantes de diretorias sindicais de cinco sindicatos, adotando como eixo a disseminação da ideia absurda e reacionária de que não é possível lutar e derrotar a burocracia que se mostrou totalmente sem pé nem cabeça no Contect, como de resto em toda a história da luta dos trabalhadores.

Um passo decisivo: o bloco de oposição

Em meio a toda esta crise da burocracia, o ativismo classista da categoria soube tirar proveito, se unificando em torno da defesa da luta contra a burocracia e levantando um programa de defesa da unidade da categoria e de das reivindicações dos trabalhadores.
Esse bloco integrado por dirigentes e militantes de base da Corrente Nacional de Oposição Ecetistas em Luta (PCO), do Movimento Resistência e Luta (MRL), da Intersindical e diversos segmentos independentes, como as diretorias sindicais dos Sindicatos do Amazonas e do Piauí, juntamente com diretores do Sintect–PB, colocou como eixos de sua estruturação e da intensa luta política levada adiante no Contect, a mobilização por derrotar a burocracia não apenas no terreno eleitoral, mas também em torno de questões fundamentais para a categoria como a reorganização da Fentect, com a sua democratização, pondo fim à ditadura da burocracia sobre os trabalhadores e aprovação de uma campanha salarial de luta, controlada pelos trabalhadores com as reivindicações mais sentidas da categoria diante da expropriação dos salários, da terceirização e da política de privatização da ECT do governo, apoiada pelos sindicalistas traidores.
Este bloco desmascarou o papel reacionário da política divisionista da direita e da “esquerda” da burocracia, forçando a unificação no Congresso de todos os setores de oposição, inclusive dos poucos delegados da Conlutas que, em sua maioria, desde os primeiros momentos do Contect demonstrava uma enorme contrariedade com a política que a direção do PSTU procurava impor de rachar a federação, dividir a oposição e dar uma sobrevida à burocracia traidora.

Avanços importantes

Além de derrotar eleitoralmente a burocracia traidora, conquistando a maioria dos cargos da diretoria, que por proposta da oposição foi ampliada e passou a contar com a proporcionalidade direta e qualificada, o bloco de oposição aprovou no Congresso uma série de medidas de democratização da entidade: como
A criação do Comando Nacional de Mobilização da Campanha Salarial, a ser formado por representantes de todas as bases sindicais dos 35 Sindicatos da categoria, tirando de uma máfia que todos os anos se vendia para a empresa, a tarefa de decidir sobre os interesses de mais de 120 mil trabalhadores.
Sob a iniciativa do bloco de oposição o Congresso derrotou a tentativa da burocracia moribunda de tentar impor como pauta base da campanha salarial a famigerada sentença adotada pelo TST, como apoio da direção da ECT e da burocracia sindical, contra a combativa greve de 28 dias de 2011. Em seu lugar foi aprovada uma pauta ampla contemplando o conjunto das reivindicações da categoria, começando pela defesa dos salários com a luta pela reposição integral das perdas salariais e de um aumento salarial de 43,7%, mais reajuste linear de R$ 200.
 O bloco de oposição cuja chapa foi encabeçada pelo companheiro José Rodrigues, do Sintect-PB, decidiu estabelecer o rodízio na secretaria-geral da Fentect como uma de muitas de suas medidas visando por fim à ditadura da burocracia na entidade.
A vitória do bloco de oposição na entidade nacional da categoria ecetistas, presente em todas as cidades do País e que desenvolveu as maiores lutas da classe operária brasileira, é um decisivo passo na construção de um novo sindicalismo que, por certo, terá repercussões enormes não apenas na luta da categoria, mas em todo o movimento operário.
Como em outros momentos, o desenvolvimento da luta dos ecetistas sinaliza as tendências gerais, ainda que menos evoluídas, por hora, do conjunto da classe operária que para enfrentar os planos de “austeridade” da burguesia e do seu governo diante do colapso capitalista precisa retomar para as lutas seus sindicatos e todas as suas organizações e colocar de pé um novo moimento sindical, classista e revolucionário, controlado pelos trabalhadores que vão se levantar.