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quarta-feira, 12 de setembro de 2012

A greve em compasso de espera

Traídos por sindicalistas do PT e do PCdoB, trabalhadores dos Correios aguardam ampliação do movimento nacionalmente para unificar sua luta
12 de setembro de 2012

Na noite desta segunda-feira, trabalhadores dos Correios de todo o País deveriam ter decretado sua greve nacional, em defesa de suas reivindicações e contra as provocações da direção da ECT.

No entanto, a atividade desagregadora dos sindicalistas do PT/Articulação e do PCdoB/CTB dividiu o movimento nacionalmente. Criaram medo e confusão entre dirigentes sindicais e trabalhadores de base, forçando um recuo na organização da greve nacional da categoria.


A divisão do movimento



Os trabalhadores dos Correios têm 35 sindicatos espalhados por todo o país. Destes, quatro (os sindicatos de São Paulo, Bauru, Rio de Janeiro e Tocantins), dirigidos pela máfia sindical do PCdoB, se retiraram da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios (Fentect) pouco antes do início da campanha salarial deste ano.


Dos 31 sindicatos restantes, 15 são dirigidos pelo bloco encabeçado pelo PT/Articulação (que conta ainda com correntes como o MTB e uma ala do PCdoB). Dentre esses sindicatos alinhados com a política da ala majoritária do PT no movimento (a Articulação Sindical), apenas dois (os sindicatos de Brasília e da Bahia) possuem maior importância devido ao peso numérico de suas bases no movimento nacional.

Foi este o peso, usado pelo PT/Articulação, que também está na direção da estatal, para desequilibrar o movimento nacional dos trabalhadores dos Correios em favor da sua política de favorecimento dos interesses patronais e da proteção do governo diante das eleições.


Tendência de greve acentuada



Ao longo das últimas semanas, os trabalhadores dos Correios se manifestaram espontaneamente diversas vezes em seus setores de trabalho em favor da greve.


A tendência de luta dos trabalhadores se acentuou diante das provocações da direção da empresa, que começou as negociações do acordo coletivo oferecendo 3% de “reajuste” salarial e se recusando a discutir as reivindicações dos trabalhadores.

A categoria reivindicava 43,7% de reajuste, com o objetivo de repor as perdas salariais dos últimos anos e obter um aumento real de cerca de 10%.

A revolta nos setores de trabalho é evidente. A direção da empresa impôs um verdadeiro regime de escravidão, além de impor horas extras quase que diariamente e convocações sistemáticas aos finais de semana para evitar a contratação de mais trabalhadores.

Com um enorme volume de serviço, cobranças cada vez mais acintosas contra os trabalhadores e um insulto (um “reajuste” menor do que a própria inflação do último ano), a própria direção da empresa criou as condições para a revolta da categoria.


Às vésperas da greve: manobras para dividir a categoria



Em uma jogada casada, às vésperas da data escolhida pela categoria para entrar em greve, a direção da ECT e os sindicalistas do PT e do PCdoB procuraram manobrar para impedir a deflagração da paralisação.


A direção da empresa ofereceu 5,2% de reajuste, dias antes da data marcada para as assembleias de greve. É exatamente o índice de inflação medido pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), o indicador oficial escolhido pela empresa e o governo para calcular os reajustes nas estatais. Desta maneira, a direção da ECT procurou se precaver de eventuais processos, uma vez que o índice de inflação é o mínimo que o tribunal do trabalho poderia exigir em um eventual dissídio.

Os sindicalistas do PT/Articulação, em minoria na direção da Fentect, colocaram, por sua vez, um plano de desarticulação da greve em escala nacional.

Tendo se reunido a portas fechadas com a direção da ECT, os sindicalistas do PT voltaram para suas bases defendendo que não se realizasse greve até o dia 25 de setembro. Esta foi a data escolhida pela própria direção da empresa, uma vez que é a data-limite para que os candidatos nas eleições municipais em todo o país efetuem a postagem de materiais de campanha e malas diretas com propaganda eleitoral.

Os sindicalistas encabeçados por Rivaldo “Talibã” (PT/Articulação) atuam abertamente em favor da empresa, propondo adiar a greve sabendo que, na prática, isso pode implicar em que a greve não aconteça.


A confusão no bloco majoritário da Fentect



A ala majoritária da direção da Fentect, o bloco composto por Ecetistas em Luta (PCO), MRL, Intersindical, MUTE e sindicalistas independentes, sofreu com a confusão causada pelo PT/Articulação e o PCdoB/CTB no movimento nacional.


Apenas o Sintect-MG, dirigido pela corrente Ecetistas em Luta e atualmente o maior sindicato da Fentect, deflagrou a greve na data marcada pela Federação.

Outros sindicatos, como o do Paraná e Goiás (dirigidos pelo MRL), decidiram adiar a greve para o dia 18. O sindicato de Campinas (dirigido pela Intersindical), decidiu adiar a deflagração da greve para o dia 17 e aprovaram a realização permanente de assembleias para avaliar a situação do movimento até lá.

O recuo das posições do bloco majoritário da Fentect é produto da pressão exercida conjuntamente pelos sindicalistas do PT/Articulação, do PCdoB e pela direção da empresa.

A decisão sobre a greve e a luta da categoria cabe aos trabalhadores que, no próximo período, devem dar sua resposta ao chamado feito pela Federação e pela ala mais combativa do movimento nacional, representada pelos trabalhadores de base e pela direção do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Minas Gerais.

Os trabalhadores devem resistir às provocações da direção da empresa e à tentativa dos sindicalistas pelegos de impedir a mobilização dos trabalhadores.

Os companheiros de Minas Gerais mostraram o caminho: é preciso ir à greve e lutar para conquistar.

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