ESSE BLOG MUDOU

PARA CONTINUAR ACOMPANHANDO AS NOTÍCIAS DOS CORREIOS ACESSO AO LINK olhovivoecetista.wordpress.com
Este blog será desativado em 30 dias

sábado, 29 de setembro de 2012

Um primeiro balanço da Campanha Salarial

Encerrada a campanha salarial, mais uma vez obstaculizada por PT, PCdoB e PSTU, é preciso extrair as lições para reorganizar a categoria para os próximos embates 
Enfraquecido, mas não completamente derrotado, o bloco pelego fez de tudo para impedir o desenvolvimento da luta dos trabalhadores dos Correios e impor uma derrota à categoria, a qual somente não foi pior devido a oposição que conseguiu realizar a greve e impedir a tentativa de entregar importantes conquistas dos trabalhadores


A pauta


A Pauta de Reivindicações da categoria foi fruto de uma discussão no XI Contect (Congresso Nacional dos Trabalhadores dos Correios). A questão da Pauta foi a primeira derrota do bloco traidor que até então era maioria na Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios).

A ala representada pela Articulação Sindical/PT e PCdoB defendeu que a base da Pauta de reivindicações dos trabalhadores deveria ser o Acórdão de 2011, ou seja, o Acórdão que o TST (Tribunal Superior do Trabalho) impôs goela abaixo dos trabalhadores e que representou a derrota da greve de 28 dias. O bloco de oposição defendeu uma Pauta baseada nas reivindicações da categoria e foi vencedora da votação no Congresso.

Assim nasceu a atual Pauta da Fentect. O índice de 43,7% e todas as demais cláusulas foram decididas a partir de um acordo entre os diferentes grupos políticos.

Ficou decidido ainda que os trabalhadores poderiam participar da elaboração da Pauta nas assembleias de base até o dia do seu protocolo na empresa. Essa Pauta de Reivindicações não foi obra isolada da cabeça de um indivíduo, mas é fruto de um amplo debate, de uma luta política contra os traidores que defendiam o Acórdão do TST.


A campanha contra a pauta


Desde o primeiro momento, a direção da ECT começou uma campanha dizendo que a pauta era exagerada e fora da realidade. O que eles queriam dizer é que não estavam dispostos a dar nada aos trabalhadores. Os sindicalistas do PT, sob o comando da direção da ECT começaram uma campanha dizendo que a pauta era um exagero. O intuito era desmoralizar a campanha salarial e preparar o espírito dos trabalhadores para aceitar o que a direção da ECT tinha a oferecer, ou seja, nada.

Este é um truque típico dos patrões e dos pelegos, que muitos trabalhadores não aceitaram, mas que confundiu e arrastou o setor mais vacilante e mais inexperiente do bloco de oposição composto por dirigentes sindicais do MRL como Goiás e Paraná.

A idéia de que os trabalhadores estão pedindo “demais” é uma típica ideia patronal. Para os patrões, os trabalhadores devem regular suas reivindicações pelas necessidades da empresa e não pelas suas próprias necessidades e a pauta deve ser elaborada de tal forma para que seja aceitável para os patrões.

Todo movimento sindical combativo e classista sabe que os interesses dos trabalhadores e dos patrões são opostos e impossíveis de conciliar e que somente por meio da luta os trabalhadores podem conseguir o que precisam. Os patrões não entendem outra linguagem a não ser a força.


O plano de lutas


Uma ampla discussão entre os trabalhadores também aprovou o plano de mobilização da campanha salarial. As discussões sobre o calendário de lutas começaram no Congresso da categoria e foi referendado pelas assembleias em todos os estados.

Da mesma maneira que a Pauta de Reivindicações da categoria, o plano de lutas foi debatido entre todos os grupos políticos componentes do bloco de oposição, que foi vitorioso no Congresso, mas também do bloco traidor.

No calendário de lutas foi chegado a um acordo sobre as datas das assembleias, foram aprovadas assembleias da Fentect no Rio de Janeiro e em São Paulo para unificar a categoria e combater os divisionistas e o mais importante, foi aprovada a data de início da greve para o dia 11 de setembro.

O sentido desse plano de luta era o de que o bloco de oposição deveria puxar a mobilização contra o sindicalismo pelego, apelando para a base dos trabalhadores. Este fato não foi compreendido por uma parte da oposição que acabou por subordinar a mobilização a um acordo fantasioso com os pelegos do PT e do PCdoB enfraquecendo a mobilização de conjunto.


As negociações


Todas as discussões ocorridas desde o Congresso não foram simples, mas foram um esforço para manter a unidade da Federação e ao mesmo tempo impor a política do bloco de oposição que agora é maioria na Fentect.

A empresa se aproveitou do momento de transição política na Federação e começou a demonstrar sua intransigência. Marcou reuniões unilaterais, nas quais os representantes dos trabalhadores não poderiam participar, para fazer a campanha caluniosa na categoria de que a Fentect não queria negociar. Em várias ocasiões os representantes da Fentect protocolaram documentos explicando que a data de início das negociações de acordo com o que foi aprovado pelos trabalhadores era o dia 26 de julho e denunciando a tentativa da ECT de passar por cima da categoria.

No dia 26 foram iniciadas as negociações. Durante todo o tempo, a empresa mostrou que não estava disposta a negociar seriamente. No início, o Comando de Negociação dos trabalhadores teve que exigir que a empresa discutisse ponto por ponto as cláusulas da Pauta.

No dia 2 de agosto, ignorando as reivindicações da categoria, a empresa apresentou um reajuste que foi considerado uma provocação: 3%. Os trabalhadores rejeitaram amplamente esse deboche da empresa.

Diante da indignação do trabalhador, no dia 5 de setembro a empresa apresentou mais um proposta que foi igualmente considerada como uma provocação: 5,2% de reajuste e mais nada.

Durante todo esse período, o bloco pelego fez novamente a campanha da empresa, acusando o Comando de Negociação de não querer negociar mesmo quando era absolutamente evidente que a empresa não negociaria nada. Fizeram isso para gerar nos trabalhadores a expectativa em negociações que nunca aconteceram, procurando enfraquecer a tendência à mobilização.

No dia 11, a greve começou em Minas Gerais e no Pará. No dia 13, em mais uma demonstração de intransigência, a ECT protocolou dissídio contra a Fentect no TST, encerrando definitivamente as possibilidades de negociação.


PCdoB fica fora das negociações


Antes do Congresso da Fentect, a ala mais em crise de toda a burocracia, justamente por ser a mais patronal, o PCdoB, rachou o movimento nacional e saiu da Fentect.

Conforme foram se desenvolvendo os acontecimentos, ficou claro que a divisão foi uma política incentivada diretamente pela direção da ECT, mais especificamente pelo líder da Comissão de Negociação da empresa, o ex-sindicalista que virou chefe, Luiz Eduardo do Ceará.

O objetivo da empresa e da burocracia era retirar da campanha salarial os dois maiores sindicatos da categoria, o Sintect-SP e o Sintect-RJ. Em parte, essa manobra patronal foi bem sucedida na medida em que gerou uma enorme confusão na categoria.

A empresa utilizou os quatro sindicatos divisionistas (São Paulo, Rio de Janeiro, Bauru e Tocantins) para tentar chantagear a Fentect nas negociações. Enquanto a Federação era caluniada, os divisionistas eram elogiados. A empresa convidava os quatro sindicatos para reuniões com o único objetivo de confundir o trabalhador, ao mesmo tempo em que reconhecia em diversos documentos oficiais que a única que seria capaz de negociar e assinar o acordo coletivo era a Fentect.

Tudo se confirma na reta final da campanha salarial, em que é a Fentect que participa das reuniões no TST e a empresa está sendo obrigada a pedir para a Federação deixar os sindicatos divisionistas participarem.

A manobra patronal do PCdoB nos sindicatos de São Paulo e Rio de Janeiro tem que ser entendida sob diversas formas pelos trabalhadores.

Em primeiro lugar, a empresa incentivou a divisão das duas maiores bases sindicais para confundir a categoria na campanha salarial. Essa cartada foi dada como resposta à enorme tendência de luta dos trabalhadores já demonstrada na greve passada.

Em segundo lugar, tanto a burocracia sindical como a direção da ECT previam o fortalecimento da oposição nacional e de uma política combativa dentro da Fentect, o que foi comprovado pela vitória no Congresso. A saída de São Paulo e Rio de Janeiro com total apoio da máquina da empresa, foi a tentativa de garantir que o movimento nacional não ficasse completa e definitivamente nas mãos dos setores combativos da categoria. Foi para isso que serviu a confusão gerada pelos divisionistas.

Em terceiro lugar, a saída dos sindicatos de São Paulo e Rio de Janeiro é a expressão mais acabada da crise terminal da burocracia sindical. A ala mais em crise é justamente o PCdoB/CTB na diretoria desses dois sindicatos. A revolta da categoria contra essas diretorias pode ser medida pelo tamanho da ditadura patronal imposta pelo PCdoB dentro desses sindicatos. A saída da Fentect foi uma tentativa do PCdoB de ganhar uma sobrevida diante das inúmeras traições.

Como foi possível verificar, a revolta apenas aumentou, o que obrigou o PCdoB a fazer assembleias fechadas, com capangas e todo o tipo de aparato policialesco para impedir a participação dos trabalhadores.

A posição da Fentect também foi decisiva para aumentar ainda mais a crise dessa burocracia. Foram feitas quatro assembleias em São Paulo e no Rio de Janeiro. Em São Paulo, na Praça da Sé, o PCdoB contratou capangas para agredirem os trabalhadores presentes, o que só aumentou sua crise.

As assembleias e o trabalho de imprensa e agitação realizados pela Fentect nos dois estados serviram para esclarecer os trabalhadores e pressionar o PCdoB, que foi inclusive obrigado a decretar a greve.


O comando de mobilização


A maior vitória obtida pelos trabalhadores no Congresso da Federação foi a mudança no Comando de Negociação da campanha salarial. O Comando, que antes era composto por apenas sete membros, foi transformado em um Comando amplo de mobilização e negociação com seis membros da diretoria da Fentect mais um representante de cada sindicato, ou seja, 41 membros.

Esse novo Comando garantiu o maior controle dos trabalhadores nas decisões da campanha salarial.

O mais importante de tudo: foi o fim do balcão de negócios na campanha salarial, em que a empresa comprava sindicalistas para aprovar acordos prejudiciais aos trabalhadores.

O Comando, como era de se esperar, atuou de maneira contraditória, refletindo a pressão da ala revolucionária da categoria e da ala oportunista, mas mostrou que é o melhor caminho para a evolução da categoria apesar dos dois grandes erros cometidos, sob influência do peleguismo, que foram:não cumprir o calendário de mobilização, decisão tomada pelos sindicatos sem discussão no Comando; e o rebaixamento da pauta.


A reunião do Colegiado


O novo comando de mobilização e negociação foi atacado várias vezes pela burocracia sindical do PT, PSTU e PCdoB. Primeiro, o bloco minoritário da Articulação Sindical/PT boicotou a participação no Comando, enviando poucos representantes.

Depois, esse mesmo bloco iniciou uma campanha defendendo a todo o custo a reunião de diretoria colegiada. O objetivo era tentar tirar a campanha salarial do controle do novo Comando de Negociação.

O bloco minoritário esperava reverter a maioria de um voto do movimento de oposição e dar um golpe na campanha salarial. A tentativa de golpe foi completamente mal sucedida e a reunião da diretoria colegiada terminou com o bloco minoritário se retirando. O golpe tinha como objetivo adiar a data da greve, prevista para o dia 11, e rebaixar a pauta de reivindicações.


O PCdoB adia a data da greve


Depois da fracassada tentativa da Articulação/PT de adiar a greve, foi a vez dos do PCdoB/CTB tentar a mesma manobra patronal. Os sindicatos divisionistas adiaram a greve para o dia 18.

A jogada teve efeito no restante da burocracia, acompanhada por uma ala vacilante do bloco de oposição: a FNTC, representada pelo Sintect-PE, e o MRL, representado pelo Sintect-GO e PR. O recuo dos demais sindicatos deixou os trabalhadores de Minas Gerais e do Pará isolados na greve.

O adiamento da greve foi o primeiro golpe sofrido pela mobilização, já que deixou o movimento nacional a reboque dos traidores do PCdoB.


PCdoB rebaixa a sua proposta


Antes do adiamento da greve, o PCdoB já havia preparado mais um golpe na mobilização. Um dia antes de a empresa apresentar a proposta de reajuste de 5,2%, os divisionistas apresentaram uma proposta ainda mais rebaixada e muito parecida com a proposta da empresa.

A inciativa do PCdoB de rebaixar a pauta foi elogiada pela empresa, que mesmo assim não aceitou a proposta.

Mais uma vez o PCdoB tomava a frente na política patronal.


PSTU apoia PCdoB


Fora da Fentect, o PSTU/Conlutas apoiou todas as iniciativas do PCdoB. Boicotou as assembleias da Fentect no Rio e em São Paulo e defendeu abertamente a proposta de adiamento da data da greve para o dia 18. Geraldo Rodrigues do PSTU chegou a declarar em uma assembleia da Fentect em São Paulo que haviam mil trabalhadores na assembleia da máfia sindical do PCdoB, assembleia de capangas e detectores de metal.

Este setor desde o começo defendeu que o movimento nacional deveria estar a reboque dos traidores de São Paulo e Rio de Janeiro.


PT fecha um acordo para salvar o PCdoB


A Articulação/PT foi o segundo grupo a boicotar as iniciativas da Fentect. Foi feito um acordo com o PCdoB para participar das assembleias da máfia em São Paulo e no Rio de Janeiro. Essa política salvou o PCdoB da falência total, já que as assembleias da Fentect estavam cada vez mais pressionando os divisionistas e esclarecendo os trabalhadores.

Com isso, Articulação/PT passou a ficar a reboque do PCdoB. Foi uma manobra que serviu para salvar a própria empresa de uma iminente mobilização em São Paulo e Rio que seria decisiva para derrotar a burocracia e a empresa.


A vez do PT adiar a data da greve


Com o adiamento da greve pelo PCdoB a Articulação/PT aproveitou para colocar em prática sua política e rachar o movimento em três partes. A maior parte dos sindicatos dirigidos pelo PT adiaram a greve apenas para o dia 25 de setembro, ou seja, uma manobra para desmobilizar completamente os trabalhadores. Tanto que a maioria dos sindicatos dirigidos pelo bloco minoritário da Federação quase não aderem à greve. Foi só pela pressão da base e nas vésperas do julgamento do dissídio.


A greve do dia 11 e a crise do bloco de oposição


A greve no dia 11 de setembro foi fruto de uma ampla discussão entre as organizações políticas desde o Congresso da Federação. O calendário foi discutido em assembleias e em todas as reuniões feitas pelo bloco de oposição (maioria da Fentect). A proposta era forçar a mobilização nacional para ajudar os trabalhadores da base de São Paulo e Rio de Janeiro a arrastar os divisionistas para a greve.

Chegado o dia 11, sem nenhuma discussão, a greve foi adiada para o dia 18, deixando o movimento a reboque do PCdoB, justamente o contrário do que deveria ter ocorrido.

O adiamento por setores do bloco de oposição mostrou claramente uma ala mais direitista dentro do bloco. Os principais defensores do adiamento da greve dentro do Comando foram os sindicatos ligados à Federação Anã, liderados pelo Sintect-PE, e o Sintect-GO, ala direitista do MRL (Movimento Resistência e Luta).

Esse racha à direita do bloco de oposição deixou claro que a única política possível é a total independência dos tradicionais pelegos. Deixar o movimento nacional a reboque do PCdoB foi a manobra que a direção da empresa contava para desmobilizar os trabalhadores.


A política da FNTC


A FNTC, diante da vitória do bloco de oposição, foi obrigada a recuar da política divisionista. O PSTU ficou de fora da Fentect, mas os representantes da chamada Federação Anã (Sintect-PE, Sintect-SJO e Sintect-VP) que continuaram na Federação, influenciados pela política divisionista do PSTU/Conlutas, iniciaram uma política de boicote às iniciativas do bloco de oposição. Tanto que foi por iniciativa do secretário-geral do sindicato de Pernambuco, Hallisson Tenório, que iniciou-se uma política de defesa do rebaixamento da pauta e do adiamento da greve. O serviço patronal do bloco PT-PCdoB dentro da Fentect e do movimento de oposição.


A importância da greve em Minas Gerais e Pará


Apear de todo o boicote, os trabalhadores de Minas Gerais e do Pará iniciaram a greve no dia 11 de setembro, de acordo com o calendário da Federação.

A diretoria do Sintect-MG, da corrente Ecetistas em Luta (PCO), defendeu e mobilizou os trabalhadores para a greve. Já no Pará, os trabalhadores da base passaram por cima da diretoria do Sindicato, da Articulação Sindical/PT, e aprovaram a greve.

A mobilização dos companheiros do Pará e de Minas Gerais teve importância fundamental como arma contra a desmobilização que a empresa, junto com os traidores, queriam gerar com o adiamento da greve. Se esses dois estados não estivessem entrado em greve, o adiamento da greve teria sido fatal para a desmobilização geral dos trabalhadores. Provavelmente sequer teria havido greve e os trabalhadores teriam sido obrigados a engolir, sem nenhuma luta, os miseráveis 5,2% da empresa.


A greve do dia 18


Finalmente, no dia 18, a burocracia sindical, pressionada pela greve no Pará e em Minas Gerais, foi obrigada a aprovar a greve nos principais estados. Os companheiros do bloco de oposição que haviam vacilado com a data da greve, aprovaram a paralisação e o movimento nacional começou aos trancos e barrancos.

Em São Paulo a diretoria da máfia sindical do PCdoB foi à assembleia com a ideia de não aprovar a greve. Os trabalhadores, mesmo com todo o controle da assembleia, obrigaram os pelegos a aprovarem a greve.

Mesmo com todo o esforço da burocracia e da empresa para boicotar a mobilização era visível a tendência de luta dos trabalhadores e a revolta generalizada contra a diretoria do sindicato. A mesma coisa no Rio de Janeiro e nos sindicatos dirigidos pela Articulação/PT.


O PT pressiona pelo rebaixamento da pauta


A partir do momento que o movimento nacional ficou a reboque dos traidores, o PT começou a pressionar pelo rebaixamento da Pauta dentro do Comando de Negociação.

Quanto menos a empresa rejeitava, mais o PT pressionava para que os trabalhadores defendessem uma pauta rebaixada. Essa é a estratégia do PT e dos pelegos para encerrar a greve. Apresentar uma pauta que nada tem a ver com as reivindicações dos trabalhadores e levar a greve à derrota.

Ficou claro nesta campanha salarial que o rebaixamento da pauta é uma jogada casada com a empresa para desmoralizar a perspectiva de luta real dos trabalhadores.

O rebaixamento não levou a campanha adiante, mas enfraqueceu a greve e concentrou toda a atenção dos sindicatos na possibilidade totalmente ilusória de uma negociação com a empresa, o que nunca aconteceu.

O rebaixamento da pauta serve também para confundir os trabalhadores que a longo prazo começam a acreditar que as campanhas salariais só podem conseguir migalhas, desmoralizando cada vez a perspectiva de luta.

No final, a política de rebaixamento, defendida pela ala direita do MRL, Federação Anã e os pelegos do PT levou a luta a um beco sem saída e ao enfraquecimento da mobilização.


As audiências no TST


Nas duas audiências do TST a própria experiência mostrou o que significa rebaixar a pauta. A ministra do TST apresentou uma proposta super rebaixada de 5% mais R$ 80,00 de aumento linear. Mesmo assim a empresa recusou. Em outra reunião, o TST apresentou quatro propostas e a empresa continuou se recusando a aceitar e deixou claro que pretende mexer no plano de saúde da categoria. A campanha salarial foi para o julgamento onde a situação somente não foi pior devido à mobilização realizada.


O bloco PT-MRL rebaixa a pauta


Após a primeira reunião de conciliação no TST, formou-se um bloco dentro do Comando de Negociação pelo rebaixamento da pauta. Articulação/PT e MRL defenderam um rebaixamento da pauta muito próximo da primeira proposta feita pela ministra do TST e rejeitada pela empresa.

No rebaixamento da pauta aprovado pelo PT-MRL estava prevista justamente a manutenção do Acórdão do ano passado, ou seja, jogaram no lixo a luta dos trabalhadores contra a ditadura do TST e contra o PCdoB no Congresso da Fentect, que queriam impor o Acórdão.

Rebaixar a pauta não surtiu nenhum efeito. A empresa continuou recusando as propostas rebaixadas feitas pelo próprio TST e a campanha foi para julgamento.


A conclusão dessa campanha: luta x rebaixamento da pauta


A greve desse ano mostra mais claramente do que a do ano passado que a única arma dos trabalhadores é sua luta e mobilização. A luta é para arrancar da empresa o máximo possível enquanto a empresa tenta diminuir ao máximo os ganhos do trabalhador.

Não adianta abaixar a guarda para os patrões. O que poderá garantir a vitória da categoria é sua medida de força com os patrões. A greve é a maior arma dos trabalhadores contra as inciativas dos patrões e dos tribunais de atacar os direitos da categoria.

O movimento dos Correios enfrenta a seguinte situação: ou se organiza e prepara os trabalhadores para enfrentar a ditadura do TST e da empresa ou ficará anos sem qualquer conquista efetiva na campanha salarial.

Nenhum comentário:

Postar um comentário