O
Tribunal Superior Eleitoral aprovou, nesta quinta-feira, dia 30, o envio de
tropas federais para 50 cidades, entre Amazonas, Pará, Tocantins e Maranhão,
outros 40 municípios também tiveram pedido de envio de tropas, mas ainda não
tiveram respostas. O envio de tropas serve para manter o controle das eleições
nestes locais e evitar qualquer mobilização popular.
Entre
as cidades que tiveram o pedido aprovado, está São Mateus do Maranhão,
localizado há 180 quilômetros da capital, São Luís e será sitiado pelas tropas
federais para evitar o que aconteceu na eleição municipal anterior: em 2008,
após sair o resultado da reeleição do prefeito Rovélio Nunes (PV), a população
saiu às ruas, invadiu a câmara municipal e a prefeitura e ateou fogo em
ambos.
Essa
foi a terceira vez que Rovélio foi eleito prefeito da cidade e suas gestões
foram marcadas pelo coronelismo e diversas irregularidades, ignoradas pelo
Tribunal de Contas do Estado. Durante o último mandato, ele chegou a ser
cassado, mais de uma vez, mas foi absolvido pelo TRE. Entre os motivos das
cassações, estão compra de votos, através da distribuição de gasolina no período
de campanha e desvio de mais de 23 milhões de reais.
Mesmo
com o controle do aparelho e o modelo de eleição fraudulento, nas eleições de
2008 a diferença entre os candidatos foi de apenas 21 votos.
A
situação de São Mateus deixa claro qual o interesse por trás do envio de tropas
para acompanhar as eleições em diversos lugares, em especial nas regiões Norte e
Nordeste e nos morros cariocas. Sitiar as cidades no período que, supostamente,
deveria ser o mais democrático, serve para aniquilar qualquer ilusão de
democracia.
Com
isto, caso haja manipulação novamente, a população fica impedida de se
manifestar contra o processo ou até mesmo de fazer greve. Além disso, procura-se
impedir qualquer mobilização ou organização neste período, como foi o caso de
membros de um movimento por moradia presos em João Pessoa (PB), por publicarem
um panfleto contra um dos candidatos à prefeitura, por que o material não estava
regularizado.
O
judiciário está instaurando uma verdadeira ditadura no país, sob a alegação de
defesa da democracia. Mas não pode haver democracia em um lugar sitiado por
tropas, onde os direitos de se manifestar, de expressão e de greve são cassados.
Isto deixa evidente que não há democracia no Estado burguês,
mas que os direitos só são garantidos quando e para quem convém.
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