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terça-feira, 4 de setembro de 2012

Eleições sob estado de sítio

4 de setembro de 2012

O Tribunal Superior Eleitoral aprovou, nesta quinta-feira, dia 30, o envio de tropas federais para 50 cidades, entre Amazonas, Pará, Tocantins e Maranhão, outros 40 municípios também tiveram pedido de envio de tropas, mas ainda não tiveram respostas. O envio de tropas serve para manter o controle das eleições nestes locais e evitar qualquer mobilização popular.

Entre as cidades que tiveram o pedido aprovado, está São Mateus do Maranhão, localizado há 180 quilômetros da capital, São Luís e será sitiado pelas tropas federais para evitar o que aconteceu na eleição municipal anterior: em 2008, após sair o resultado da reeleição do prefeito Rovélio Nunes (PV), a população saiu às ruas, invadiu a câmara municipal e a prefeitura e ateou fogo em ambos.

Essa foi a terceira vez que Rovélio foi eleito prefeito da cidade e suas gestões foram marcadas pelo coronelismo e diversas irregularidades, ignoradas pelo Tribunal de Contas do Estado. Durante o último mandato, ele chegou a ser cassado, mais de uma vez, mas foi absolvido pelo TRE. Entre os motivos das cassações, estão compra de votos, através da distribuição de gasolina no período de campanha e desvio de mais de 23 milhões de reais.

Mesmo com o controle do aparelho e o modelo de eleição fraudulento, nas eleições de 2008 a diferença entre os candidatos foi de apenas 21 votos.

A situação de São Mateus deixa claro qual o interesse por trás do envio de tropas para acompanhar as eleições em diversos lugares, em especial nas regiões Norte e Nordeste e nos morros cariocas. Sitiar as cidades no período que, supostamente, deveria ser o mais democrático, serve para aniquilar qualquer ilusão de democracia.

Com isto, caso haja manipulação novamente, a população fica impedida de se manifestar contra o processo ou até mesmo de fazer greve. Além disso, procura-se impedir qualquer mobilização ou organização neste período, como foi o caso de membros de um movimento por moradia presos em João Pessoa (PB), por publicarem um panfleto contra um dos candidatos à prefeitura, por que o material não estava regularizado.

O judiciário está instaurando uma verdadeira ditadura no país, sob a alegação de defesa da democracia. Mas não pode haver democracia em um lugar sitiado por tropas, onde os direitos de se manifestar, de expressão e de greve são cassados. Isto deixa evidente que não há democracia no Estado burguês, mas que os direitos só são garantidos quando e para quem convém.

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