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quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Caráter da greve: a privatização foi um dos combustíveis da greve dos Correios

Quando entraram na maior greve dos últimos dez anos, os trabalhadores dos Correios estavam lutando também contra a privatização da empresa

A enorme mobilização dos trabalhadores, apesar da mais escandalosa traição do Bando dos Quatro nessa greve, impôs uma derrota ao governo e mostra que a luta contra a privatização dos Correio ainda deve ganhar grandes proporções.

Acordo bianual

O acordo bianual, assinado pelos sindicalistas traidores do PT e do PCdoB na campanha salarial de 2009, serviu como experiência quase que definitiva dos trabalhadores contra as traições da burocracia sindical e significou o fracasso da política do próprio governo.
O acordo bianual foi uma tentativa do governo e da direção da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) de frear a luta dos trabalhadores, deixando a categoria sem campanha salarial, para facilitar os planos de privatização dos Correios. Por outro lado, o arrocho do salário da categoria foi também uma necessidade da política de privatização, já que a regra é diminuir os gastos, superexplorar e aumentar os lucros dos capitalistas.
O governo teve que impor a força o acordo bianual, com a ajuda da burocracia sindical, o que resultou em uma enorme crise.
O bianual foi tão repudiado pelos trabalhadores que teve que ser, inclusive, repudiado por uma parte do sindicalismo, de característica vacilante. Formou-se então o bloco de 17 sindicatos, a partir da crise que veio de baixo, da pressão dos trabalhadores.
A pressão dos trabalhadores forçou um racha dentro do Bando dos Quatro (PT-PCdoB-PSTU-Psol). A ala “esquerda” da burocracia foi obrigada a rejeitar o acordo. Como resultado disso, formou-se o Bloco dos 17 sindicatos contra o acordo bianual, encabeçado pela oposição Ecetistas em Luta (PCO) e formado pelos sindicatos centristas ou vacilantes em relação à política da articulação/PT e do PCdoB. O PSTU foi obrigado a romper, ainda que superficialmente, com o Bando dos Quatro, mas tratou de boicotar em todas as oportunidades o desenvolvimento de uma política combativa dentro do bloco.
Toda esta crise impediu que se repetisse a tentativa de impor o bianual novamente, na greve de 2011.
O acordo bianual foi um ataque direto da política de privatização da ECT. A imposição do acordo, que deixou a categoria sem reajuste por dois anos foi um combustível para a greve atual.

O golpe no Conrep

A traição na campanha salarial desse ano começou no Conrep (Conselho de Representantes da Fentect) que aconteceu em julho. Foi armado um golpe contra a oposição Ecetistas em Luta na tentativa de impedir que a corrente tivesse representantes no Comando de Negociação.
O golpe consistiu em excluir a bancada de Minas Gerais e toda a bancada da corrente Ecetistas em Luta do Conrep.
Elementos do PCdoB/CTB, que formam a oposição patronal em Minas Gerais, foram pagos pela direção da empresa para irem até o Conrep, em Brasília, para tentar dar o golpe. Esses elementos do PCdoB sequer conseguiram formar uma chapa na assembleia que elegeu delegados para o Conrep. No entanto, apresentaram um recurso para retirar 40% da delegação do Sintect-MG (Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Minas Gerais).
Os representantes da corrente Ecetistas em Luta não deixaram barato e protestaram energicamente contra o golpe. Os traidores, quando viram que seu plano seria desmascarado partiram para a agressão, na qual se deram mal mesmo em maioria.
Depois da agressão, PT e PCdoB colocaram em prática sua ditadura e expulsaram toda a bancada da corrente Ecetistas em Luta, sem nem permitir que os companheiros sequer pudessem votar na própria expulsão.
O papel do PSTU nesse golpe merece algumas linhas. Toda a manobra do PT e pelo PCdoB foi apoiada incondicionalmente pelo PSTU/Conlutas. Os membros do PSTU chegaram a declarar publicamente em reunião que não defenderiam a oposição Ecetistas em Luta e iriam abster-se em relação ao golpe preparado contra a delegação de Minas Gerais. Essa “abstenção” na realidade eras um voto favorável ao PCdoB e ao PT. O PSTU/Conlutas esteve à frente, junto com PT e PCdoB, do golpe e da traição que foi o Conrep, inclusive dirigindo a maioria dos trabalhos na mesa do Conrep.
Todo esse golpe tinha como objetivo excluir a corrente Ecetistas em Luta do Comando de Negociação. O resultado final confirmou que a corrente teria elegido um membro para o comando.
A exclusão da corrente Ecetistas em Luta do Comando de Negociação foi a tentativa desesperada do Bando dos Quatro e da direção da empresa de evitar uma crise dentro do comando, como já havia ocorrido em 2009, quando a companheira Anaí Caproni, da corrente Ecetistas em Luta, denunciou de dentro do comando todos os golpes e traições que estavam sendo preparados nas negociações.
A exclusão da corrente Ecetistas em Luta do Comando de Negociação não deu resultado, como ficou claro na greve. Os próprios trabalhadores atropelaram o Comando de Negociação do Bando dos Quatro, rejeitando massivamente os golpes que foram tentados.
Os planos do Bando dos Quatro e da empresa de usar o acordo para colocar em prática a política de privatização dos Correios, em grande medida foram fracassados, apesar da escandalosa traição que ocorreu no final da greve. A ação dos trabalhadores derrotou o governo e apesar da traição do acordo imposto pelo TST, pela empresa e pelo Bando dos Quatro, a mobilização dos trabalhadores já deram o recado de que será muito difícil colocar em prática a privatização e todos os ataques que estão sendo preparados.

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