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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Um balanço da greve dos Correios: a mais escandalosa traição aos trabalhadores

Mesmo traída e derrotada por suas limitações, a greve dos trabalhadores dos Correios atropelou de vez a burocracia sindical do Bando dos Quatro e representou a derrota da política do governo do PT

A greve dos trabalhadores dos Correios, que pode ser considerada a maior greve dos últimos dez, talvez 20 anos, terminaram sem nenhuma conquista. Ao contrário do que tentam dizer os traidores da burocracia sindical de que teria sido uma vitória, os 30 dias parados, com um aumento, quase simbólico, de R$ 80,00 e muitas perdas para os trabalhadores só pode ser considerado uma derrota. No entanto, a derrota da greve não vai resultar no refluxo dos trabalhadores, pelo contrário.
As duas principais causas  da derrota da greve são as seguintes: por um lado, ela foi uma vez mais traída pela burocracia sindical do Bando dos Quatro (PT-PCdoB-PSTU-Psol).Por outro lado, como causa principal, está a deficiência, ou seja, a falta de experiência do movimento dos próprios trabalhadores, que não teve condições de se livrar da manobra imposta pela intervenção do TST.

Vítimas da malícia no TST

Desse modo, a greve foi derrotada principalmente por motivos políticos. Os trabalhadores foram vítimas de uma manobra e foram derrotados porque não estavam preparados para ela.
A força da greve desse ano reside na experiência dos trabalhadores com o acordo bianual em 2009, quando a burocracia sindical foi amplamente repudiada pelos trabalhadores. A imposição do acordo bianual pelo governo e seus aliados no movimento sindical deu combustível para a greve desse ano.
A traição do acordo bianual desmoralizou por completo o Bando dos Quatro, chegando a rachar elementos do próprio Bando dos Quatro, pressionados pela rejeição dos trabalhadores. Tanto é assim que na campanha salarial desse ano nem mesmo se falou em acordo bianual, tamanho foi o fracasso dessa política.

Política do governo e crise econômica

Durante a greve, a lenda de que o Brasil seria um País imune à crise internacional veio a baixo.
A expectativa de crescimento do país foi reformulada pelo governo para menos de 3,5%, o que, para um país como o Brasil, significa uma situação recessiva.
Ao mesmo tempo, a inflação chega a quase 8% e presente a ameaça iminente de atingir os 10%, a chamada inflação de dois dígitos.
Isso significa que o governo está prestes a perder o controle sobre a inflação. Diante desse problema, o governo traçou uma política de congelamento salarial, o que explica o endurecimento do governo contra os trabalhadores.
A greve, portanto, foi impulsionada por dois anos sem reajuste mais inflação.

A política da burocracia sindical

O Bando dos Quatro foi totalmente atropelado pela ação dos trabalhadores, inclusive, sendo repudiado o acordo miserável do Bando dos Quatro com a própria ministra, no TST.
Em São Paulo, por exemplo, milhares de trabalhadores na assembleia gritaram “tá rejeitado”...”tá rejeitado”  antes que os diretores do Sintect-SP, do PCdoB, criassem coragem para iniciar a assembleia.
Havia um acordo entre todos os sindicalistas traidores para aprovar a proposta, do PT, PCdoB ao PSTU.
O PSTU/Conlutas tentou criar um mito de que seu membro no Comando de Negociação, Jocozinho, havia se oposto ao acordo.
Mas fica claro que ninguém se opôs à proposta na reunião com o TST e o único que assinou de fato o acordo foi o secretário geral da Fentect, José Rivaldo Talibã.
A política do PSTU é a de aparentar um apoio “crítico” a toda a traição, que já seria horrível, no entanto, trata-se única e exclusivamente de apoio nu e cru aos traidores.
No final da greve, enquanto os membros do PT- PCdoB, do Comando de Negociação assinavam um informe dizendo para os trabalhadores voltarem ao trabalho, pois assim como declarou Talibã:  TST decidiu, vamos voltar ao trabalho”, Jacozinho do PSTU/Conlutas e o membro do MRL (PT) Evandro, não assinaram o informe do comando apenas para fazer uma figuração e escrever um informe paralelo dizendo a mesma coisa: “TST decidiu, vamos voltar ao trabalho.”
Fica claro que a burocracia sindical do Bando dos Quatro ficou à deriva, completamente sem política e sem condições de acabar por conta própria com a greve, devido à ação dos trabalhadores. O Bando dos Quatro ficou esperando a manobra do TST e do governo, ou seja, uma manobra de cima, para poder derrotar a greve, gerando confusão e desorganização, inclusive com o cancelamento das assembleias ou o golpe da assembleia de São Paulo no feriado, em local desconhecido.
Foi a maior e mais escandalosa traição que os trabalhadores dos Correios já presenciaram.
O resultado disso, no entanto, é a decomposição final da burocracia do Bando dos Quatro. Os trabalhadores derrotaram o Bando dos Quatro e devem organizar, nas bases, oposições que substituam as direções podres por direções classistas dos trabalhadores.

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