80 reais é miséria: o reajuste apresentado pela ECT não significa nem 5% de aumento para a categoria

Nem a direção da empresa, nem o TST, nem o Bando dos Quatro lembram que a categoria está há dois anos sem reajuste

Os trabalhadores dos Correios não estão dispostos a aceitar migalhas. É o que ficou claro nas assembleias que rejeitaram o acordo da vergonha do TST (Tribunal Superior do Trabalho), que havia sido assinado pelo secretário-geral da Fentect e aprovado pelo Comando de Negociação.

A proposta da vergonha, amplamente rejeitada, previa o pagamento de R$ 80,00 a partir de outubro, além de 6,87% de reajuste a partir de agosto, que seria correspondente à inflação acumulada em um ano. Índice que todo mundo sabe está longe de representar realmente a inflação sentida pelos trabalhadores e, o que é pior, tudo indica que a inflação vai atingir os dois dígitos até o fim do ano e o governo deve perder o controle definitivamente.

No que diz respeito ao aumento linear de R$ 80,00, aprovado pelo Comando de Negociação do Bando dos Quatro (PT-PCdoB-PSTU-Psol) e atropelado pela categoria, segundo relatório divulgado pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), órgão que nada tem a ver com os trabalhadores, que presta serviço à burocracia sindical, aos patrões e é ligado ao próprio governo, o aumento recebido pela categoria seria em média de 5%. Para os trabalhadores com os menores salários (R$ 807) o aumento seria de 9,27%, para os maiores, 0,58%.

O aumento, por si só já é miserável. Mas é ainda pior se levarmos em conta aquilo que o Bando dos Quatro faz questão de esconder: que a categoria está há dois anos sem reajuste por conta do acordo bianual. Para ser mais preciso, o reajuste da categoria foi de 0,1% em 2010, o mesmo que nada. Acrescentando esse dado, o aumento de R$ 80,00 é uma esmola da empresa, que teve R$ 500 milhões de lucro líquido somente no primeiro semestre desse ano.

Tendo em vista o acordo bianual assinado pelo PT e PCdoB em 2009, e de acordo com a média aproximada dos reajustes miseráveis que a empresa tem dado, os trabalhadores deveriam receber no mínimo 20% de reajuste para dar conta dos dois anos. Os 80 reais vão manter o salário base da categoria bem longe de R$ 1.000, que já seria um salário muito baixo.

O aumento deve ser de acordo com as reais necessidades dos trabalhadores. Os patrões manipulam tudo o que for possível porque está claro que não querem pagar os trabalhadores. O papel da categoria é exigir o que é seu, o que foi conquistado pelo seu trabalho e para isso há a greve e a mobilização.

- 74% de aumento nos salários dos trabalhadores;

- Greve até a vitória!