Desde 2003, todas as campanhas salariais dos
trabalhadores dos Correios forma derrotadas nas assembleias conduzidas pelo
Sintect-SP em São Paulo. A iniciativa da Fentect em convocar assembleias dos
trabalhadores, depois da ruptura promovida pelo PCdoB/CTB, pode impedir que a
empresa use sua principal arma contra a categoria
31 de agosto de 2012
31 de agosto de 2012
A cerca de dez dias da data escolhida
pelos trabalhadores dos Correios para deflagrar sua greve geral, uma questão
permanece suspensa no ar: de que maneira a ruptura dos sindicatos de São Paulo e
do Rio de Janeiro influirá na mobilização da
categoria?
Uma coisa, no entanto, é certa: será
muito mais difícil para a direção da empresa utilizar sua velha e conhecida arma
contra os trabalhadores. A direção pelega do Sintect-SP pode ser jogada para
escanteio pela categoria, uma vez que a Federação Nacional dos Trabalhadores dos
Correios estará, nessa campanha salarial, representando diretamente os
interesses dos trabalhadores.
Recapitulando
Antes de tratar do tema central, convém
aqui fazer uma breve recapitulação dos principais acontecimentos na luta dos
trabalhadores dos Correios no último
período.
Em junho desse ano, realizou-se o 11º
Congresso Nacional dos Trabalhadores dos Correios (XI Contect), no qual foi
eleita uma nova direção majoritária para a Fentect (Federação Nacional dos
Trabalhadores dos Correios) composta por um bloco de oposição (PCO/Ecetistas em
Luta, MRL, Intersindical, Mute, independentes) à diretoria anterior
(PT/Articulação Sindical e PCdoB/CTB). Este fato, por si só, constituiu uma
importante vitória para os trabalhadores dos Correios nacionalmente, porque
significa o fim da ditadura de uma burocracia sindical que controlava a Fentect
há anos e que já impôs inúmeras derrotas à categoria
ecetista.
Às vésperas desse Congresso, as direções
dos sindicatos dos trabalhadores dos Correios de São Paulo e do Rio de Janeiro
(Sintect-SP e Sintect-RJ), comandadas pelo PCdoB/CTB, anunciaram sua ruptura com
a Fentect.
A menos de dois meses do início da
campanha salarial, os trabalhadores dos Correios se viram confrontados com a
seguinte situação: os dois sindicatos se colocaram de fora da campanha salarial
da categoria, quebrando a unidade nacional do movimento dos
Correios.
A ruptura destes sindicatos com a
Fentect, no entanto, abriu o caminho para que os trabalhadores de São Paulo
passem por cima da da ditadura dos pelegos do
PCdoB/CTB.
Quebrar a
ditadura do Sintect-SP
O Sintect-SP vem sendo utilizado
sistematicamente nos últimos 10 anos pela direção da ECT para quebrar as
campanhas salariais da categoria.
Detentor do maior número de
trabalhadores em sua base em todo o País, as decisões das assembleias
manipuladas pela direção do Sintect-SP foram usadas diversas vezes para acabar
com as greves da categoria em nível nacional. Trata-se de uma chantagem contra
os trabalhadores: como São Paulo detém a maior base em número de trabalhadores e
movimenta uma parcela importante do tráfego postal nacional, sua saída da greve
implica no enfraquecimento do movimento paredista
nacionalmente.
A situação na campanha salarial deste
ano, no entanto, é inteiramente diferente.
Duas
assembleias? Os trabalhadores escolhem do lado de quem querem
ficar
A direção pelega do Sintect-SP, tentando
confundir os trabalhadores, espalhou a mentira descarada de que estaria
negociando o acordo coletivo com a ECT junto com o Sintect-RJ, o Sintect-Bauru
(dirigido diretamente pela empresa) e o Sintect-Tocantins (com apenas 400
trabalhadores na base).
Com essa justificativa falsa e tentando
“mostrar serviço”, convocaram assembleias fajutas, com um punhado de
trabalhadores e muitos figurantes e capangas contratados para impedir a oposição
de falar, para dar a aparência de que estão realizando a campanha
salarial.
As verdadeiras assembleias são as que a
Fentect tem convocado e que vêm reunindo cada vez mais trabalhadores. A
Federação tomou a iniciativa de convocar assembleias nestas duas importantes
bases sindicais para não deixar que os trabalhadores de São Paulo e Rio de
Janeiro sejam prejudicados pela decisão de suas direções
sindicais.
A iniciativa da nova direção da Fentect
abriu o caminho para que os trabalhadores passem por cima da máfia sindical que
dirige seus dois sindicatos mais importantes em nível
nacional.
Se as diretorias do Sintect-SP e do
Sintect-RJ decidirem não aderir à greve, os trabalhadores terão o respaldo da
Fentect, que já decidiu e está convocando a categoria nacionalmente a realizar
suas assembleias no dia 10 de setembro e a entrar em greve a partir de zero hora
do dia 11 de setembro.
Se, durante a greve, as direções pelegas
do Sintect-SP e do Sintect-RJ decidirem se retirar da mobilização, os
trabalhadores destas duas bases ainda poderão escolher. Não serão mais reféns da
ditadura da máfia sindical que dirige seus sindicatos, pois a Fentect estará à
frente da mobilização em nível nacional.
O caminho está livre para travar de uma vez
por todas o mecanismo utilizado pela empresa e o governo para confundir os
trabalhadores e desmobilizar a categoria em greve.
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