A maioria das assembleias foi um verdadeiro ataque de surpresa contra a categoria. A proposta foi enviada às 11h00 para todos os sindicatos, no exato momento em que começava a assembleia de São Paulo. O documento sequer foi distribuído na assembleia. Nenhum trabalhador sabia do que se tratava.
A mesma coisa aconteceu em Brasília, onde uma assembleia completamente esvaziada, onde os trabalhadores nem sabiam o que estava em discussão, aprovaram a proposta que não sabiam o que era.
Esta forma completamente antidemocrática de sindicalismo é a marca registrada do Bando dos Quatro. Os sindicalistas do PSTU que fazem a propaganda enganosa de que são contra o governo foram os mais entusiásticos apoiadores da proposta. O membro desse partido no Comando de Negociação em Brasília, conhecido como “Jacozinho” foi visto telefonando para todos os lados para convencer os muitos diretores de sindicatos indecisos de que o melhor era pedir menos. Quem não queria assinar foi pressionado a acatar a proposta.
Minas Gerais: mais de 400 trabalhadores repudiam a manobra dos traidores
Em Minas Gerais, a assembleia foi realizada no final do dia, tendo sido distribuída a proposta para todos os trabalhadores para que pudessem ler, julgar e dar a sua opinião.
O resultado foi o esperado. Cerca de 400 trabalhadores indignados repudiaram completamente a manobra. A diferença entre esta assembleia e as demais é que os trabalhadores não foram pegos de surpresa, leram o documento e deram a sua opinião após uma discussão democrática.
Por este motivo, os membros da oposição local, ligados ao PCdoB e ao PSTU, sequer apareceram na assembleia para defender o seu documento de rebaixamento da pauta.
A assembleia dos trabalhadores do Rio Grande do Sul, por proposta da diretoria sindical, também rejeitou a proposta de rebaixamento. Em Sergipe, a proposta não foi aprovada nem rejeitada.
No momento em que escrevemos esta, outras assembleias estão se realizando.
O método revela a política
Por que o ataque de surpresa? Por que o Bando dos Quatro não quer que os trabalhadores saibam o que está em discussão e possam dar a sua opinião?
O motivo é simples: se houver uma discussãoo democrática, a traição será muito mais difícil, porque os trabalhadores estão atentos.
É por esse mesmo motivo que em S. Paulo a assembleia é a portas fechadas e a oposição Ecetistas em Luta não pode falar, só o Bando dos Quatro.
O que quer o Bando dos Quatro?
A política do Bando dos Quatro (PT-PSTU-PCddoB-PSol) está clara. Até agora, cozinharam a greve em banho maria para que os trabalhadores não radicalizassem. Rejeitaram a proposta de ato em Brasília para não pressionar o governo e a direção da empresa. Agora, rebaixaram as reivindicações para ir chegando perto da proposta da empresa, para finalmente aceitar a proposta da ECT e do governo.
O rebaixamento da proposta – uma atitude de derrota – se dá escandalosamente no momento em que a greve está completamente forte. Sua função é tentar desanimar os trabalhadores.
O Núcelo do PT nos correios publicou nota oficial elogiando a privatização. Está claro para quem quiser ver que eles trabalham pela derrota da greve.
O que é preciso fazer?
Em primeiro lugar, é preciso explicar para todos os trabalhadores o que está acontecendo e a política do Bando dos Quatro de esvaziar o movimento.
Em segundo lugar, é preciso exigir dos sindicatos uma atitude combativa na greve, realizando um grande ato em Brasília de protesto contra o governo e a direção da ECT, contra a privatizaçãoo e pelo atendimento das reivindicações, pagamento dos dias parados.
Em terceiro lugar, os sindicatos que não estão comprometidos com a política do Bando dos Quatro devem convocar uma reunião de sindicatos para discutir os rumos da campanha e fiscalizar a ação do Comando de Negociação contra a greve.
Finalmente, é preciso prestar atenção ao sindicato de São Paulo pois é aí onde a greve será atacada para ser derrotada. É preciso pedir que a assembleia seja em lugar aberto e que a oposição possa falar.
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