A adesão à paralisação é muito alta e os trabalhadores fazem uma greve forte apesar do sindicato não fornecer carro de som, ônibus para todos os trabalhadores e sequer publicar boletim informando a situação da greve
A adesão à greve é seguramente uma das maiores dos últimos anos. Em São Paulo, a greve é extremamente forte, com inúmeros setores apresentando mais de 70% de adesão. Em alguns grandes centros de triagem a paralisação é ainda maior, com destaque para o CTE Saúde (Centro de Tratamento de Encomendas), e o CTP Jaguaré onde as paralisações são ainda maiores.
A greve em São Paulo acontece apesar da ação (ou falta de ação) do sindicato dos Trabalhadores do Correio, dirigido pelo PCdoB/CTB. A paralisação é uma iniciativa dos próprios trabalhadores, demonstrando a enorme tendência de luta da categoria. Tanto que mesmo com as dificuldades que a diretoria do sindicato está tentando impor, os trabalhadores encheram novamente a assembleia. No CTP Jaguaré, quase houve briga, pois o diretor do sindicato, simplesmente colocou pra fora do ônibus vários trabalhadores, alegando que a lotação estava completa.
Com medo justamente de que a mobilização dos trabalhadores saia do seu controle completamente, a diretoria do sindicato está convocando as assembléias da greve para um local fechado e de difícil acesso, tirando as assembléias da Praça da Sé, local onde tradicionalmente aconteciam.
Nesta greve não existe sindicato, os trabalhadores fazem o piquete sozinhos, pois sequer carros de som são colocados nos setores. Os diretores, quando aparecem, vem na qualidade de observadores, para colher informações e verificar quanto os trabalhadores vão resistir.
É visível que estão em compasso de espera, como a direção da ECT, para vencer pelo cansaço.
Até agora, entrando no terceiro dia desde a primeira assembléia que decretou a greve, a diretoria do Sintect-SP sequer publicou um boletim com informações da paralisação nacional. A categoria se informa pela internet e pelas redes sociais.
Para evitar a traição da greve é necessário uma verdadeira discussão nas assembleias sobre a organização da greve, com o direito dos trabalhadores fazerem propostas. Não às assembleias onde só falam a dupla PCdoB-PSTU/Conlutas e seus convidados.
- - Carros de som em todos os setores, para fortalecer os piqueteiros;
- - Boletim do sindicato com as informações sobre a greve nacional e sobre a paralisação nos setores de São Paulo;
- - Ônibus e vãs suficientes para trazer todos os trabalhadores para a assembleia;
- - Não à assembleia no curral do PCdoB, assembleia na praça da Sé, como é tradição das greves do correio, com direito a que todos os trabalhadores apresentem suas propostas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário