Tendência de luta: Trabalhadores dos Correios fazem grande passeata em São Paulo, mesmo com a desmobilização promovida pelo sindicato

A passeata, que reuniu milhares de pessoas no centro de São Paulo, mostra a disposição de luta da categoria e impõe a necessidade de organizar já um ato unificado em Brasília

Os trabalhadores dos Correios realizaram uma passeata nas ruas do centro de São Paulo como atividade da greve da categoria. Apesar de todo o esforço das diretorias dos sindicatos do Bando dos Quatro para desmobilizar os trabalhadores, especialmente o PCdoB/CTB que dirige o Sintect-SP (Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de São Paulo), quase 5.000 pessoas participaram da passeata. Os sindicatos das outras regiões do estado também mandaram representantes à passeata.
A grande participação dos trabalhadores é uma prova da enorme tendência de luta da categoria. Mesmo com todas as manobras do Bando dos Quatro (PT-PCdoB-PSTU-Psol) para tentar enfraquecer a greve, os trabalhadores demonstram uma grande disposição de luta. No dia anterior, inclusive, o Bando dos Quatro tentou dar um golpe na mobilização através do rebaixamento da pauta de reivindicações, golpe que fracassou diante da intransigência da direção dos Correios, que se recusa a negociar mesmo a pauta rebaixada.
A greve continua muito forte e com tendências a aumentar. A passeata dessa sexta-feira mostra que se houvesse uma mínima iniciativa da diretoria do Sintect-SP, com piquetes, passeatas e manifestações regulares etc, a greve seria ainda maior. O que ocorre é que o Sintect-SP, assim como todo o resto do Bando dos Quatro, não quer mobilizar os trabalhadores para proteger o governo do PT, do qual fazem parte.
A passeata dessa sexta-feira só ocorreu devido à pressão da própria categoria que quer lutar e tem disposição de intensificar seus métodos de luta. A grande participação dos trabalhadores na passeata mostra ainda que o Bando dos Quatro está desesperado diante da possibilidade de uma mobilização em Brasília. A oposição Ecetistas em Luta (PCO) convocou os trabalhadores e os sindicatos a realizarem um ato em Brasília para colocar na parede os patrões dos trabalhadores, que são a Dona Dilma Rousseff e o Senhor Wagner Pinheiro, presidente da ECT.
Para dispersar os trabalhadores e não ter que organizar a ida a Brasília, a diretoria do Sintect-SP, junto com o PSTU/Conlutas, tratou logo de convocar uma manifestação em São Paulo. Eles não querem que os trabalhadores lutem contra seus patrões, por isso estão boicotando um ato unificado, nacional, em Brasília contra a privatização e para exigir que a empresa negocie com os trabalhadores. A participação dos trabalhadores na passeata mostra que há uma grande disposição e que seria perfeitamente possível ir a Brasília, ao contrário do que o Bando dos Quatro quer provar.
Os trabalhadores de Minas Gerais, organizados pelo Sintect-MG, realizaram um grande ato em Brasília no dia 21 de setembro, com 500 trabalhadores. A corrente Ecetistas em Luta está convocando os sindicatos, especialmente os da oposição, a realizar um ato na próxima semana, em Brasília, com milhares de pessoas para botar pressão no governo do PT que está atacando os mais de cem mil trabalhadores dos Correios.
Em Minas Gerais os trabalhadores também realizaram uma grande passeata no centro de Belo Horizonte. O Sintect-MG, além do ato em Brasília, está organizando os trabalhadores em manifestações e piquetes diariamente, pois a greve tem que ser na rua. A mobilização dos trabalhadores é o que vai garantir a vitória da greve.
Está na ordem do dia a realização de um grande ato em Brasília que coloque milhares de trabalhadores nas ruas.

- Greve até a vitória;
- 74% de reajuste;
- Ato unificado em Brasília contra a privatização.