Trabalhadores do Correio de São Paulo: assembleia massiva decreta greve e sindicato desorganiza piquetes para enfraquecer a paralisação

Uma enorme assembleia com milhares de trabalhadores decretou a greve em São Paulo, apesar do local em que ela se realizou (no metrô Armênia) de difícil acesso aos trabalhadores

Uma enorme assembleia com milhares de trabalhadores decretou a greve em São Paulo, apesar do local em que ela se realizou (no metrô Armênia) de difícil acesso aos trabalhadores.
O altíssimo comparecimento mostrou a disposição de luta da categoria para paralisar o serviço, apesar da enorme desconfiança do sindicato.
Na assembleia era visível a total falta de entusiasmo com os oradores escolhidos pela bloco PCdoB-PSTU/Conlutas, os quais decidem quem fala, na sua própria conveniência.
Novamente só falaram o presidente do sindicato, Elias Cesário de Brito Junior, o Divisa, o secretário-geral do sindicato, Ricardo Adriane Rodrigues de Souza, conhecido por Negro Peixe e um representante do PSTU/Conlutas, conhecido por Geraldinho.
Só a decretação da greve, após a votação de todos os trabalhadores unificou a assembleia de entusiasmo, apesar do diretor do sindicato, conhecido como Guiné, aproveitar o encerramento dos trabalhos para esfriar o clima, declarando que os trabalhadores tinham que ter muito cuidado ao fazer piquete, pois havia câmeras nos CDD’s e poderiam ser demitidos por justa causa, numa clara política de intimidar os trabalhadores e desmontar os piquetes.
A assembleia foi propositalmente atrasada, começou depois das 21 horas, para dificultar que os trabalhadores pudessem chegar aos setores que começam o trabalho às 22 horas para fazer piquetes.
A paralisação já era esperada, uma vez que a proposta indecente feita pela empresa, trazendo de volta o odiado abono e uma proposta de reajuste salarial que é uma verdadeira provocação aos trabalhadores (somente R$ 50,00 no início de 2012) depois de dois anos sem reajuste jamais seria aprovado pela categoria. Aprovaram a greve pois só um suicida poderia se colocar contra.
As próximas assembleias serão decisivas para tentar impedir a aprovação dessa proposta miserável, que será defendida pela diretoria do sindicato, de proposta muito parecida com esta, que será oferecida pela direção da ECT.
Na própria apresentação da proposta o diretor do sindicato, Nego Peixe, foi explícito ao afirmar várias vezes que a proposta atual precisa ser “melhorada”
já considerando que é possível aceitar uma proposta que contenha abono e que não tenha nenhuma medida para resolver a falta de funcionários e a privatização da ECT.
Os trabalhadores espontaneamente vaiaram a proposta de abono, apesar da diretoria do sindicato evitar criticar a proposta, só declarando que precisaria ser melhorada (ou seja, já aceitariam...só que com modificações). Também foi vaiado o irrisório valor de R$ 50,00 de aumento linear.
A diretoria do sindicato, apesar das cínicas declarações a favor da greve, já começou a operação desmonte, em primeiro lugar com a desorganização dos piquetes e esfriando as expectativas dos trabalhadores em exigir uma proposta de verdade, que melhore de fato a situação salarial e as péssimas condições de trabalho, que eles sabem muito bem, não vai melhorar, pois é o início da privatização da ECT.
- Não ao odioso abono, proposta só com reajuste salarial; 
- Greve de verdade, com a organização de piquetes nos setores;
- Assembleia para organizar a greve, com o direito dos trabalhadores falarem para discutir a organização da paralisação e propostas de ampliação da greve nas regiões
- Assembleia na praça da Sé, com direito a todos os trabalhadores de falar no carro de som do sindicato;
- Não à privatização da ECT feita pelo governo do PT e do PCdoB!