Uma jogada combinada entre as diferentes alas da burocracia está sendo executada com a greve sendo marcada em datas diferentes nos estados e, conseqüentemente, quebrando a unidade da categoria
Os trabalhadores ecetistas passaram os dois últimos anos sofrendo enormes perdas por causa da traição do Bando dos Quatro (PCdoB-PT-PSTU-Psol) na campanha salarial de 2009. Naquele ano, a burocracia sindical assinou o acordo bianual e os trabalhadores ficaram sem reajuste no ano de 2010, justamente quando a inflação no país começou a sair do controle.
Desta forma, os 9% de reajuste dado em 2009, foram completamente consumidos pelo aumento dos preços dos produtos. Em 2010, segundo os números oficiais do governo, a inflação registrada foi de 5,91%, até então o maior índice dos últimos seis anos. Em 2011, a situação está pior. A previsão oficial para a inflação é de 6,31% e provavelmente irá subir. Mas isto não é tudo. Estes números visivelmente são manipulados e a inflação real, sentida no bolso pelos trabalhadores, é ainda maior. Isto pode ser visto na elevação dos produtos de primeira necessidade como os alimentos, por exemplo.
Em 2009, como denunciou a corrente Ecetistas em Luta, o acordo bianual era parte do processo de privatização da empresa. Seu objetivo era arrochar ainda mais o salário dos trabalhadores e, assim, criar condições favoráveis para os especuladores lucrar com os Correios S.A.
Agora, que a Medida Provisória 532 foi aprovada no Senado, o Bando dos Quatro, seguindo orientações da direção da ECT, quer novamente trair a campanha salarial e apoiar a privatização da empresa à custa do arrocho salarial e da demissão de milhares de trabalhadores.
Bando dos Quatro quer quebrar a greve e a unidade da categoria
Para trair a greve deste ano, a burocracia da Fentect (PCdoB-PT-Psol-PSTU) quer quebrar a principal força da categoria: sua unidade nacional. A direção da ECT e o Bando dos Quatro querem pulverizar a greve com cada sindicato saindo em greve em uma data diferente.
Em sindicatos com alguns diretores ligados à “Federação Anã” do PSTU foi aprovado o indicativo de greve por tempo indeterminado para o dia 31, cancelando na prática a greve do dia 14 de setembro. Já em Pernambuco, o mesmo PSTU/Conlutas aprovou o indicativo de greve para o dia 8 de setembro.
Estão propositalmente propondo a pulverização da data da greve, para dividir a categoria e descreditar a greve. A malícia de toda a operação é a embalagem esquerdista que se procura apresentar, utilizando alguns elementos da Conlutas do Rio Grande Sul, que participaram de paralisações parciais de protesto como linha de frente na divisão da greve nacional. É o famoso Cavalo de Tróia.
Nossa proposta
Ao contrário do que faz o Bando dos Quatro, a corrente Ecetistas em Luta defende que apenas a ampla mobilização dos trabalhadores, unificada nacionalmente, é que pode derrotar a política da direção da empresa e do governo Dilma.
É preciso passar por cima da burocracia e organizar uma mobilização independente para preparar uma greve por tempo indeterminada a partir do dia 14 de setembro. A tarefa é organizar um amplo movimento contra a privatização da empresa e em defesa de todas as outras reivindicações da categoria.
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